Search
Close this search box.

Nova caderneta da gestante incentiva práticas de violência obstétrica

Compartilhe

Nova caderneta da gestante incentiva práticas de violência obstétrica


source
Algumas das práticas defendidas na caderneta e no evento de divulgação são proibidas e contraindicadas pela OMS
Reprodução: Alto Astral

Algumas das práticas defendidas na caderneta e no evento de divulgação são proibidas e contraindicadas pela OMS

A nova caderneta da gestante, lançada pelo Ministério da Saúde na última semana, levantou a preocupação de diversos profissionais por defender práticas de violência obstétrica. São incentivadas a realização de episiotomia e amamentação com método contraceptivo, que não têm fundamentação cientifica.

Entre os trechos considerados duvidosos da caderneta, a episiotomia aparece como uma indicação médica de procedimento. E apesar de constar que o método não é mais sugerido, não existe nenhuma citação de que ele é contraindicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e considerado desde 2018 mutilação vaginal.

“Episiotomia — não deve ser realizada de rotina; porém, em casos específicos, como o de sofrimento fetal, o profissional poderá indicá-la para ajudar no nascimento e proteger o bem-estar do bebê”, defende a caderneta. 

Outra passagem que também chamou a atenção dos especialistas foi a de planejamento familiar, em que a amamentação aparece como um método contraceptivo. No entanto, como alerta o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), não existem evidências cientificas que comprovem a eficácia da amamentação para este objetivo. 

“Existem muitos métodos de evitar filhos, sendo alguns mais indicados durante o período de amamentação. A amamentação exclusiva já oferece uma proteção contra uma nova gravidez até os primeiros 6 meses, mas só se a mulher estiver amamentando em livre demanda e se sua menstruação ainda não tenha retornado”, indica um dos trechos da cartilha. 

Em nota oficial, o Cofen defende que o conteúdo dos exemplares são um retrocesso e devem ser recolhidos e reformulados. O órgão também alerta aos profissionais da saúde a não seguirem essas indicações escritas. 

“As mulheres brasileiras asseguram o direito de recusar intervenções que violem sua integridade. Relativizar violência obstétrica é um retrocesso para a assistência ao parto no Brasil e não contribui para a melhoria dos indicadores de assistência materno-infantil”, diz nota oficial do Cofen. 

Além das cartilhas, as declarações do lançamento do documento também chamaram a atenção dos profissionais de saúde. Durante o evento, o secretário de Atenção à Saúde Primária, Raphael Câmara, defendeu a manobra Kristeller, que segundo o Cofen, “consiste em empurrões, apertões e pressões na barriga da gestante para forçar a saída do bebê. Profissionais chegam a subir na barriga da grávida para fazer essas manobras, relacionadas a lesões e desfechos desfavoráveis”. A prática é proibida desde 2019 e classificada como violência obstétrica.

Fonte: IG Mulher

Mais Notícias em Mulher

Curta O Rolo Notícias nas redes sociais:
Compartilhe!

PUBLICIDADE

canal no youtube