Preta Gil sobre autoaceitação: “Se eu fosse padrão, seria apenas mais uma”
Preta Gil sempre se posicionou. Desde que saiu nua na capa do primeiro disco, ‘Prêt-A Porter’, em 2003, muita coisa mudou, mas a vontade de ser quem é sempre se manteve presente.
“Eu sou uma mulher fora dos padrões. Nunca fui P, M. Sempre fui G, GG. Mas eu era muito feliz com meu corpo. Não tinha essas questões. Conforme as pessoas foram me criticando, fui caindo na armadilha: fiz lipo, fiz dieta… tudo. Aí, de repente, abriu um buraco dentro do meu peito de uma insatisfação muito grande”, conta ela, em entrevista a Alexandra Gurgel, do canal Alexandrismos.
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A insatisfação com o que acontecia fez Preta questionar a busca pelo padrão. Era ela mesma que queria aquilo ou estava respondendo à pressão imposta pela sociedade?
“Sem dúvida alguma, hoje [estou] muito mais liberta e muito mais em paz comigo e com meu corpo do que eu era há 15 anos. Mas ainda no processo”, afirma ela, que já não se imagina mais fazendo lipo, dietas ou tomando remédio para emagrecer. “Hoje eu tenho uma satisfação imensa com meu corpo. Eu consigo enxergar o que as pessoas chamam de imperfeição, de história”, disse.
O processo de se amar e aceitar o próprio corpo é acompanhado da consciência de se cuidar para estar saudável, não para atender a uma expectativa estética da sociedade. Aos 47 anos, ela garante que “a saúde está ótima”.
“Se eu fosse padrão, eu seria apenas mais uma (…) Eu tenho essa noção de que hoje eu consigo ser amada, ser desejada justamente por ser quem eu sou”, conta Preta, que quer mais é ver cada mulher ser a potência que pode ser. “É muito melhor ser diferente do que ser igual. É muito melhor ser única do que uma cópia dos outros”, contou.