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Produção de leite humano pode alterar resposta do corpo ao estresse

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Semana do Aleitamento Materno: saiba de que manera os hormônios envolvidos na extração de leite podem amenizar o estresse
MART PRODUCTION/Pexels

Semana do Aleitamento Materno: saiba de que manera os hormônios envolvidos na extração de leite podem amenizar o estresse

Já se sabe que a amamentação traz uma série de benefícios para a saúde dos bebês, protegendo-os de doenças e desnutrição, por exemplo. No entanto, a produção de leite humano também pode trazer benefícios permanentes para o corpo da pessoa que amamenta. Além disso, a lactação promove uma série de estímulos hormonais capazes de fazer melhoramentos, principalmente, na resposta ao estresse e na promoção do bem-estar.

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Entre os benefícios conhecidos que se relacionam com a produção de leite humano estão a diminuição do sangramento no pós-parto, redução da incidência de câncer de mama, endométrio e ovário, redução dos riscos à osteoporose e a proteção contra doenças cardiovasculares.

No entanto, as pessoas em período de puerpério podem se deparar com outras transformações cerebrais, neurológicas e hormonais que impactam outros setores do organismo. O resultado dessas alterações estão ligadas, principalmente, à melhora na qualidade de diversos setores da vida, desde os próprios cuidados com o bebê até a vida pessoal e profissional.

Eneida Souza, instrutora, educadora em aleitamento materno e consultora da Philips Avent, explica que essas alterações no organismo têm ligação com as mudanças estruturais do cérebro que são provocadas pelos hormônios liberados a cada vez que o leite humano é extraído. “Durante a amamentação e a extração do leite, mensagens são enviadas para que os hormônios da mulher sejam liberados para produzir e permitir a saída do leite”, afirma Souza.

Por vezes, ao abordar o aleitamento, os benefícios da lactação para o corpo da pessoa no puerpério ficam mais ofuscados se comparados com a importância dos nutrientes do leite humano para os bebês. A especialista afirma que isso acontece porque, até o momento, as pesquisas relacionadas à produção de leite estão mais voltadas aos resultados e benefícios para prevenção de doenças.

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“Depois de séculos observando mudanças comportamentais em novas mães, só recentemente os cientistas começaram a vincular definitivamente a maneira como uma mulher age com o que está acontecendo em seu córtex pré-frontal, mesencéfalo, lobos parietais e outras regiões do cérebro. A matéria cinzenta cerebral se torna mais concentrada, a atividade aumenta em regiões do cérebro que controlam a empatia, a ansiedade e a interação social”, aponta a educadora.

O alto nível de hormônios produzidos durante a gravidez e no período pós-parto também ajudam a estreitar o vínculo entre o bebê e a mãe. O principal deles a se manifestar nesse período é a ocitocina, conhecido como o hormônio do amor e um dos responsáveis pela intensificação do bem-estar. Também é a ocitocina a responsável pelo controle do sangramento no pós-parto, já que é esse hormônio que estimula as contrações uterinas durante o momento do parto.

O aumento da ocitocina também está relacionado ao alto envolvimento do cérebro feminino em ações relacionadas à prestação de cuidados. Souza aponta que, de acordo com pesquisas, por mais que os cérebros dos homens tenham uma alteração semelhante, a ocitocina não conduz o comportamento de nutrição neles da mesma forma como nas mulheres.

Souza aponta que muitas possíveis alterações relacionadas à produção do leite materno ainda precisam ser mais estudadas. No entanto, ela aponta que já existem pesquisas que indicam que as mudanças neurológicas acontecem até mesmo antes de dar à luz: “O fato de se pensar na própria gravidez por si só mexe com a própria estrutura do cérebro”, explica.

Mudanças na resposta ao estresse

A ocitocina é o hormônio chave para compreender quais tipos de mudanças são desencadeadas nas pessoas que amamentam, já que é a função neurotransmissora dele que permite a liberação do leite. O hormônio age diretamente na inibição do cortisol, que é o responsável por causar o estresse, e dos glicocorticóides, responsáveis por preparar o organismo para receber esse estresse.

Além disso, os circuitos de ocitocina estimulados pela lactação, bem como o estrogênio, intensificam o prazer por causarem explosões de dopamina – o composto químico liberado pelo organismo como uma espécie de recompensa.

Por isso, o nível de ocitocina ativado na amamentação ou extração de leite pode proporcionar mais bem-estar tanto no setor dos cuidados com a criança como em outros pontos da vida. Quanto mais tempo o leite materno é produzido, maiores serão as alterações.

O resultado direto dessa produção exacerbada de ocitocina é uma motivação maior e a mudança da maneira de responder ao estresse. A educadora afirma que, em geral, a raiva tende a ser substituída por sentimentos de tranquilidade ou mesmo de alegria. Além disso, a queda da pressão arterial diante dos altos níveis de ocitocina faz com que a sensação de relaxamento se sobressaia.

“Ao ampliarmos pesquisas e focarmos nos benefícios trazidos para a mulher, o ato de amamentar e produzir leite humano por mais tempo, pode surpreender pela forma como a mãe vai viver uma maternidade mais empática, com um olhar mais equilibrado sobre ser mãe e seu bebê”, diz Souza.

Outro grande impulsionador das mudanças relacionadas ao bem-estar é a prolactina. Esse é o hormônio diretamente responsável pela produção de leite pelas glândulas mamárias, bem como pelo aumento das mamas.

A prolactina age diretamente no amortecimento da ansiedade e do medo, por exemplo, já que tem ação reparadora no sistema nervoso e influencia o processo de formação de novos neurônios. A produção de prolactina aumenta a cada vez que o leite é extraído, já que os níveis sanguíneos e a liberação de hormônios ficam mais altos.

Estudos em andamento

A produção de leite humano também pode ter relação com o aguçamento dos sentidos, além da melhora da memória e dos reflexos. “Essas transformações, como a ampliação do campo de visão, audição aguçada e reflexos, podem desenvolver na mulher a habilidade de realizar diversas atividades ao mesmo tempo”, aponta Souza, o que, ela emenda, pode ser um grande diferencial para a vida profissional.

Fonte: IG Mulher

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