Setembro Amarelo: 6 serviços gratuitos para cuidar da saúde mental
O mês de Setembro é dedicado à prevenção do suicídio, situação que costuma ser o ponto derradeiro do processo de adoecimento mental. Por ano, mais de 11 mil pessoas decidem encerrar a própria vida no país, o que dá uma média de um suicídio a cada 45 minutos. As mulheres, principalmente no contexto de pandemia, constituem um grupo cuja saúde mental tem sido mais afetada nos últimos tempos. Por isso é importante estar atenta aos sinais para saber o momento de pedir ajuda .
Dados do psicólogo Daniel Freeman, da Universidade de Oxford, apontam que 40% das mulheres têm mais chance de sofrer de transtornos mentais do que os homens . Além disso, elas têm 75% mais chances de ter tido depressão e 60% de ter tido ansiedade recentemente.
Os impactos na saúde mental são diversos e incluem marcadores de gênero, econômicos, socioculturais, ambientais e de infraestrutura. O acúmulo de tarefas socialmente submetido a elas também é um fator determinante , já que por passar mais tempo desempenhando funções em diversos ambientes, menos tempo essas mulheres têm para cuidar delas mesmas. A exposição a outros fatores envolvendo violência de gênero, violência doméstica e abuso sexual também são levados em consideração.
Atualmente, o Brasil possui quase 15 milhões de desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e é comum que muitas mulheres não tenham condições físicas para buscar atendimento psicológico. Além disso, a falta de informação também faz com que muitas delas sequer pensem que precisam desse tipo de auxílio.
Para ajudar, o iG Delas selecionou seis plataformas que podem oferecer amparo e acolhimento a partir de fóruns de conversa, informações e disponibilizando atendimento gratuito e de qualidade com profissionais da psicologia.
Conta, Mana
A empresa farmacêutica Medley criou em agosto deste ano uma campanha de conscientização de sobrecarga mental sofrida por mulheres. O projeto “Conta, Mana” tem como intuito alertar mulheres quanto aos impactos negativos do acúmulo de tarefas (situação geralmente causada pela dupla jornada) e a importância de reconhecer o cansaço e buscar ajuda.
O intuito do projeto é promover debates em diversas plataformas, divulgar materiais didáticos e oferecer uma rede de apoio e de assistência para mulheres que precisam de amparo psicológico. Podcasts, vídeos informativos e cards de WhatsApp são alguns recursos informativos usados para dar dicas de como mulheres podem cuidar do bem-estar mental.
O “Conta, Mana” ainda é apoiado pelas influenciadoras digitais Veronica Oliveira, do perfil Faxina Boa ; Deh Bastos, do Criando Crianças Pretas; e a atriz Naiumi Goldoni, embaixadoras da Medley. Além de divulgar materiais sobre o projeto e sobre saúde mental de mulheres, as influencers vão promover sessões de perguntas e respostas com questões de suas seguidoras.
Por fim, o projeto também tem parceria com a iniciativa Mapa da Saúde Mental, do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, que auxilia encontrar profissionais que oferecem assistência gratuita. Isso é feito por meio de uma ferramenta de geolocalização, que une psicólogos e mulheres que precisam de ajuda psicológica.
“A campanha levará informação e amparo, de brasileira para brasileira, para garantir que todas possam cuidar de si mesmas e consigam desenvolver autoestima, empoderamento e, consequentemente, tenham acesso a uma vida mental mais saudável”, diz Denise Mello, diretora de marketing da Medley.
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Mapa do Acolhimento
O projeto não-governamental funciona como uma ponte entre mulheres vítimas de violência de gênero e violência doméstica e psicólogas e advogadas. O iG Delas já explicou como o projeto funciona e que ele já recebeu mais de 6 mil pedidos de ajuda . As voluntárias nesse projeto estão preparadas para dar amparo específico a esse tipo de vítima, que é afetada psicologicamente de diversas maneiras pela violência doméstica.
Para pedir acolhimento psicológico, é preciso ser mulher ( cisgênero ou transgênero), ter mais de 18 anos, residente no Brasil e não ter condições de pagar por atendimento psicológico. A mesma diretriz serve para conseguir amparo jurídico. O site realiza uma análise de dados e encaminha a vítima à voluntária mais próxima de sua localização.
É advogada ou psicóloga e quer dar apoio a vítimas de violência doméstica? É possível se cadastrar no site para se tornar uma voluntária. O próprio projeto afirma que precisa de ajuda para conseguir dar conta da demanda de pedido de ajuda.
Me Too Brasil
O projeto Me Too Brasil foi uma adaptação do projeto estadunidense criado pela ativista Tarana J. Burke em 2006. Lá fora, o Me Too ficou mais conhecido no ano de 2017, depois que atrizes de Hollywood usaram a frase para denunciar abusos sexuais.
No Brasil, o projeto foi lançado em setembro de 2020 e funciona, principalmente, como um canal de denúncia para mulheres que sofreram abusos sexuais ou em situação de violência de gênero. As denúncias são feitas pelas redes sociais do projeto, pelo site , via e-mail ([email protected]) ou ainda por WhatsApp (11 99639-1212).
O Projeto Justiceiras tem parceria com o Me Too Brasil e tem à disposição mais de 4 mil voluntárias em todo Brasil – incluindo psicólogas e assistentes sociais capazes de prover acolhimento e construir uma rede de apoio. De acordo com a advogada Mariana Ganzarolli, uma das fundadoras do Me Too Brasil, o objetivo é um impulso para que vítimas de abuso sexual busquem por ajuda e acolhimento. Ela explica ainda que o projeto também atende a vítimas homens.
Flo
O Flo é um aplicativo para registrar e monitorar o ciclo menstrual. No entanto, ele possui uma seção chamada “Papo Privado”, onde é possível compartilhar todo tipo de histórias com outras pessoas de forma anônima. É como se fossem diversos fóruns sobre saúde da mulher e comportamento dentro da mesma página, abordando assuntos que vão desde alimentação e sexo até saúde mental e términos de relacionamentos.
Além de conversar com profissionais de saúde, abrir o coração para pessoas que podem estar passando por uma situação similar a sua pode ser um processo muito útil e acolhedor. Isso porque a identificação gerada pode amenizar a sensação de deslocamento e solidão, auxiliando ainda na hora de buscar apoio ou no próprio autoconhecimento. O aplicativo pode ser baixado em seu smartphone pela Play Store (Android) ou App Store (iOS).
Vitalk
Por aplicativo ou computador, a Viki (assistente virtual) está disponível 24 horas por dia para conversar sobre os mais variados temas: término de relacionamento, procrastinação, resolução de conflitos, ansiedade, entre outras sugestões intuitivas. Também são oferecidos exercícios de áudio e texto com meditações guiadas, respiração consciente, auto observação e auto cuidado. Tudo isso fica registrado no aplicativo e ajuda a pessoa a monitorar o próprio humor.
Quem investir na versão paga é guiada pela assistente virtual para o atendimento junto ao time de psicólogos disponíveis. O aplicativo pode ser baixado em seu smartphone pela Play Store (Android) ou App Store (iOS).
MoodTools
Apesar de ser bastante indicado para pessoas com depressão, este aplicativo gratuito também ajuda pessoas com ansiedade e tristeza. Com o material oferecido através de vídeos e leituras, é possível compreender os sintomas e encontrar no próprio app formas de aliviar. Entre as ferramentas você encontra um diário de ideias para ajudar a controlar o humor, plano de segurança para ideação suicida, e atividades cerebrais para quando a tristeza chegar. O aplicativo também oferece experiências atualizadas a partir de R$ 4,99/mês.