“Tive medo de perder minha filha”, diz Nanda Costa
Quando quiserem ouvir histórias sobre como chegaram ao mundo, as gêmeas Kim e Tiê, filhas de Nanda Costa e Lan Lanh terão à disposição uma narrativa de tirar o fôlego. Como diz a atriz, o casal tem vivido uma maternidade digna de um longa de Pedro Almodóvar. No dia desta entrevista, publicada na edição deste domingo da Revista ELA, uma atmosfera pacífica pairava no apartamento da família.
Mas faz bem pouco tempo que as duas mães têm respirado aliviadas dessa maneira. Afinal, lidar com um processo de fertilização, segundo Lan, é uma experiência “rock’n roll”, assim como o nascimento prematuro das meninas, após oito meses de gestação, trouxe dificuldades que nenhum curso preparatório havia previsto. “Não tínhamos nem fraldas para elas”, recorda-se, ao passo que Nanda completa: “As roupas ficavam grandes. Tínhamos que ajustar com fita-crepe”.
Com oito meses, Lan precisou levar a mulher “de mala e cuia” para o hospital. Lá, a atriz escutou da médica que os exames não estavam nada bons e tomou um susto quando ouviu “vai ter que ser agora”, devido a um quadro de pré-eclâmpsia. Naquele 19 de outubro, nasceram Tiê, com 2,2kg, e Kim, com 1,8kg. A menor seguiu direto para a UTI. “Tive medo de perder minha filha ou até mesmo amá-la de cara, e ela não sobreviver. A sensação era: ‘Não posso deixá-la morrer. Depois, vejo como vou construir esse amor”, relata Nanda. O amor não só veio forte como uma família de quatro mulheres passou a existir naquele momento, encantando todo o Brasil. “Nossas filhas já nasceram sabendo que têm duas mães. Não vamos precisar contar isso um dia”, diz Lan.
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Nanda, por sua vez, afirma que, há alguns anos, achava impossível explicar um filho de duas mães sendo uma atriz de projeção nacional. “Levei muito tempo para resolver essas questões. Mas, com a Lan, sabia que isso seria feito com muito amor e uma educação maravilhosa. Então, veio o desejo de nos casarmos, morarmos juntas e, por fim, construir uma família.”
Com a família toda reunida em casa, Nanda e Lan finalmente puderam desfrutar melhor as delícias da maternidade. Ajudadas pelas respectivas mães, aprenderam a se organizar com a amamentação a cada três horas e a lidar com o “sarau das 17h”, quando começa a choradeira provocada pelas cólicas. Nessas horas, Lan passa a mão no violão e toca “Canto do povo de algum lugar”, de Caetano Veloso, a única música que acalma a dupla, cujas personalidades começam a ser desvendadas. “A Kim, se está com fome, faz logo um barraco. Aprendeu a se defender na UTI. Já a Tiê é superbaiana. Vai mamar e fica quietinha, observando tudo”, conta Lan, enquanto Nanda completa: “A Tiê puxou mais a Lan no temperamento, e a Kim se parece mais comigo.”