Adestrador explica como é possível mudar o nome de um cachorro adulto
Quando se adota um animal de estimação, geralmente, o que os tutores mais pensam a princípio é qual nome dar ao novo amigo – ou filho de quatro patas. Para um filhote, a convivência com o nome no dia a dia já o ajudará a acostumar a responder, de forma natural ou com a ajuda do tutor.
Porém, quando se adota um cão já adulto, é comum que ele já tenha um nome e nem sempre o novo tutor gosta desse nome, ou simplesmente deseja dar um novo nome ao cachorro (vida nova, nome novo) mas a dúvida que fica para muitas pessoas é se o pet irá se acostumar a atender pelo novo nome e como realizar essa mudança.
O adestrador comportamental André L. Almeida explica que realizar essa mudança é algo simples, o primeiro passo a ser dado é não pronunciar mais o nome antigo do cachorro, para não gerar confusão.
“A mudança de nome é como uma associação de um novo comportamento, de uma nova informação. No treinamento básico nós fazemos uma modelagem de comportamento, que é uma indução em que nós apresentamos ao cachorro aquela situação e então adicionamos o novo comando como, por exemplo, a voz do ‘senta’ [ou o nome do cachorro]”, explica o adestrador.
É preciso associar o nome do animal apenas a situações agradáveis, como em um treinamento padrão. Quando o pet for chamado pelo novo nome ele pode não corresponder de início, mas é importante ter paciência e dar um prêmio sempre que o chamado for correspondido – como acontece quando ele aprende um novo truque.
“É possível ensinar o novo nome ao cachorro como se faz ao ensinar o comando ‘vem’, mas substituindo a palavra pelo nome do cão. De início pode ser associado ao gesto e, conforme o animal se acostuma, o tutor abandona o gesto e usa somente a palavra”, exemplifica.
O adestrador ressalta a importância de usar o nome do animal sempre associado a algo positivo, assim ele irá sempre entender que o nome dele é algo bom. “Um comando que funciona muito e que as pessoas fazem sem perceber é o ‘tó’. Muitas vezes nós chamamos o cachorro várias vezes e ele não vem, quando falamos ‘tó’, ele vem correndo. Isso acontece porque, geralmente, esta palavra está associada a algum tipo de prêmio. O mesmo acontece com o nome”, explica.
Por isso, quando o tutor optar pela mudança de nome, é importante estar com algo que o pet goste, como petiscos e brinquedos. Tendo sempre paciência e deixando que o pet se habitue com o novo nome no tempo dele.
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Traumas do passado
É sempre válido ressaltar a importância do nome do cachorro ser associado sempre a situações positivas, como petiscos, brincadeiras ou passeios, o animal ficará feliz ao ser chamado pelo nome e sempre irá correndo quando for chamado. Nunca se deve usar o nome do animal quando a intenção for repreender, para corrigir algum comportamento do animal, basta que o tutor use palavras de comando como “Não!”, ou “Ah! Ah!”.
O tutor nunca deve deixar que o animal entenda o próprio nome como algo negativo para ele. Essa questão também torna indicada a troca de nome para um cachorro que já tenha sofrido maus-tratos no passado e que o próprio nome remeta a essa lembrança ruim.
“Nós adotamos uma Lhasa Apso que a antiga dona brigava muito com ela, e usava o nome para isso. Quando a adotamos, nós mudamos o nome dela e, quando usamos o nome antigo, ela até abaixa a cabeça, pois ela o entende como algo punitivo. A troca de nome foi a melhor coisa que aconteceu para ela”, conta André. “Eu já treinei um cachorro que tive que mudar o nome. Eu orientei a família e optamos por mudar o nome do pet, pois assim seria melhor do que tirar um trauma do animal usando o mesmo nome”.
Escolha bem o novo nome
Ao escolher o nome do animal de estimação, seja o primeiro ou para dar um novo, o tutor deve ter em mente um nome que seja agradável e simples – embora seja possível, não é agradável mudar o nome do pet só porque enjoou do antigo.
É preciso escolher um nome que não seja muito complexo para o animal entender e que não possa ser confundido com o nome de outro pet da casa, de alguém da família ou com palavras comuns de comando, como “sentar” ou “ficar”, por exemplo.
Ao decidir o novo nome do pet, é preciso esquecer completamente o nome anterior e não voltar a usá-lo mais na presença do animal, pois isso poderá confundi-lo ou trazer uma sensação que ele não merece.