O advento da pandemia trouxe junto efeitos colaterais em vários aspectos da vida e a convivência com os animais de estimação é um deles. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo Mars, houve um aumento de 2,8% da presença de cachorros e 3,6% na presença de gatos em lares brasileiros. Levando em consideração que o home office e o trabalho híbrido – que une a atividade em casa com idas à empresa – tornaram-se realidade, é impossível que os pets fiquem de fora do dia a dia profissional dos tutores.
Essa companhia mostra-se benéfica de várias formas, principalmente no rendimento dos profissionais e no bem-estar dos mesmos. Filipe Colombini é psicólogo e explica que é interessante que as empresas comecem a aderir às políticas pet friendly para melhorar o ambiente de trabalho.
“Com o advento mais frequente do trabalho híbrido ou do home office por conta da pandemia e do isolamento, considero que cada vez mais as empresas necessitam tornar útil e funcional a presença do profissional dentro de ambientes de trabalho, visto que esses ambientes podem estar em todos lugares atualmente”, começa.
“Com um computador e um celular, grande parte das demandas são supridas. Por isso, ao se pensar em um ambiente de trabalho, ele necessita ser confortável e capaz de proporcionar conexões presenciais e menos virtuais. Essa presença envolve também o contato cada vez mais genuíno em que a pessoa consiga se organizar e planejar para estar presente, o que envolve ter espaços de cuidado e suporte para seu pet – muitos considerados como membros da família e ‘depositários’ de extremo cuidado, afeto e consideração. Assim como empresas que possuem creche e espaços para o cuidado das crianças, ter espaços para pets faz sentido”, esclarece o especialista.
A também psicóloga Bruna Rodrigues explica quais são as sensações que a presença do pet proporciona aos tutores e chama a atenção para os efeitos que elas podem ter na vida pessoal e profissional dos indivíduos que mantém uma convivência rotineira com os animais.
“Os pets produzem nas pessoas aquele sentimento semelhante ao que alguns têm em relação aos bebês: um tipo de efeito no qual parece que regredimos e começamos a sentir uma ‘fofurice’. Em tese, isso é o que chamamos de amor. Tecnicamente falando, é a ação da ocitocina, dopamina e serotonina fluindo no nosso corpo de forma natural e sem contraindicações”, esclarece.
“A sensação se assemelha ao abraço, ao colo, à sensação de segurança que tínhamos quando estávamos com nossos pais. Logo, estar nesse ambiente com pets que estimulem esses nossos sentimentos é extremamente produtivo e motivador, possibilitando a entrega de resultados no bem-estar, relacionamentos e saúde dos colaboradores”, aponta a especialista.
Também vinculado à pandemia vieram os casos recorrentes da Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional – transtorno mental que surge após o indivíduo ser submetido a circunstâncias profissionais exaustivas e desgastantes. De acordo com Filipe Colombini, o contato com os pets em meio ao dia a dia do trabalho pode diminuir consideravelmente os riscos de desenvolver tal enfermidade.
“Os animais fazem as pessoas terem contato com o aqui e o agora e desenvolverem o comportamento de cuidar e de oferecer e receber carinho, além de uma série de responsabilidades que podem tornar o ambiente enriquecido em termos de estímulos sociais. De crianças a idosos, envolver-se com pets e outras atividades de cuidado e lazer estimula inúmeras funções cerebrais e funções executivas – planejamento, organização, atenção –, dando sentido e valores para a vida”, pontua.
A noção de responsabilidade despertada pela presença dos animais é, de acordo com o psicólogo, um fator decisivo no que diz respeito à manutenção da saúde mental e emocional dos tutores, o que faz deles poderosos agentes no combate aos reflexos das rotinas exaustivas de trabalho.
“Há uma série de direitos e deveres embutidos na tarefa de cuidar de um pet. Eles podem enriquecer o ambiente de cada um por meio da distração e/ou aceitação de nossos problemas e dificuldades – afinal, o pet estará contigo em momentos bons e ruins. A presença deles também pode estimular a organização e o planejamento – dar comida, dar banho e levar para passear, por exemplo – e traz possibilidade de contatar pessoas que também têm pet. Os animais auxiliam em uma série de intervenções psicológicas, como no caso do trabalho do AT (acompanhante terapêutico), no qual o psicólogo atua fora do consultório, estimulando uma série de atividades de exposição e treinos ao vivo. Os pets são ótimos mediadores para fazerem as pessoas saírem de casa e lidarem com o isolamento social”, explica.
Para Bruna Rodrigues, as empresas cogitarem a possibilidade de abrir as portas para os pets só oferece benefícios. Por outro lado, a especialista também reconhece que existem algumas restrições às quais é preciso se atentar: “É imprescindível que, para a implantação dessa ação no ambiente de trabalho, alguns cuidados e normas sejam pré-estabelecidas para que sejam mantidas as boas condutas, entre elas: a restrição de animais que possam gerar mais desconforto do que bem-estar, quantidade de animais, responsabilidade de higiene e alimentação, vacinação em dia, entre outros. Quanto mais alinhada às regras, melhor a fluidez do método aplicado na organização”, indica.
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Fonte: IG PET