Maníaco da Bicicleta: o monstro de Rio Claro que assassinou mais de 10 crianças
Laerte Patrocínio Orpinelli se tornou o serial killer Maníaco da Bicicleta, um assassino que oferecia doces às vítimas. Ele nasceu em Araras no ano de 1952 e morreu em 2013 na penitenciária de Iaras, onde cumpria pena. O Ararense ganhou fama internacional como um temido pedófilo e assassino, acusado de espancar, estuprar e estrangular, ao menos, 10 crianças.
Seus imperdoáveis crimes foram registrados pela polícia em quatro cidades do interior de São Paulo: Rio Claro, Monte Alto, Pirassununga e Franca.
Seus atos criminosos eram marcados por perversidade e crueldade e foi na cidade de Rio Claro, onde se registrou a maior quantidade de ocorrências de assassinatos de menores praticados pelo maníaco, principalmente entre os anos de 1990 e 2000.
Laerte era o sétimo filho de uma família de nove irmãos, e desde a infância possuía comportamento agressivo, porém nessa época seu temperamento violento era direcionado para os membros de sua família principalmente irmãos e a mãe, afetando inclusive os vizinhos. As ameaças e atos violentos contra sua mãe geravam castigos severos como o amarrar ao pé da mesa. Castigo esse que se provou ineficiente, pois provocava e instigava o instinto psicopata do assassino.
Foi na adolescência que Laerte teve contato com as bebidas alcoólicas e se tornou um viciado extremo. Com o tempo, o alcoolismo patológico o levou a internações sucessivas em clínicas psiquiátricas.
Não demorou muito para que o maníaco em formação, se rebelasse contra a sociedade. Ele se tornou andarilho e passou a viver em endereços incertos, perambulando por cidades da região onde nasceu, principalmente aquelas localizadas ao norte do Estado de São Paulo.
Nas cidades por onde passava sobrevivia oferecendo serviços de aplicação de graxa em portas de bares e outros estabelecimentos comerciais. A profissão e o estilo de vida que adotou o tornou um cidadão despreocupado com sua aparência física, era descrito como um homem sujo e maltrapilho, porém nunca despertou suspeitas devido à sua característica simplória e jeito rústico.
Era um sujeito peculiar, em um caderno anotava datas e cidades por onde passava, caderno esse que auxiliou a polícia e serviu de prova dos crimes. Foi através desse caderno que os investigadores conseguiram determinar a compatibilidade de datas e localização do maníaco.
No início dos anos 90, por incrível que pareça, os crimes do Maníaco da Bicicleta acabaram sendo encobertos por outro serial killer, Francisco Marco, ou melhor Chico Vidraceiro, crimioso esse que foi acusado de matar 4 crianças e acabou preso. Portanto, conforme o Maníaco da Bicicleta agia e assassinava as crianças, Chico Vidraceiro era apontado como suspeito pela população desses crimes, mesmo ele estando preso.
Naquele período, foram encontradas as ossadas de crianças no Horto Florestal de Rio Claro, em período não compatível às ações de Vidraceiro e por essa razão, se tornou bastante complicado apontar Orpinelli como responsável pelas mortes. entretanto novas evidências da ação de um serial killer surgiram entre 1996 e 1997.
O andarilho maníaco tinha como meio para se locomover entre uma cidade e outra uma bicicleta vermelha, e ao chegar na cidade logo se aproximava de famílias com crianças pequenas e assim ganhava a confiança e no final seduzia as vítimas com balas e doces. Prometia mais guloseimas, porém era necessário que as crianças o acompanhasse até sua casa, ele as levava como carona em sua bicicleta para receber mais e mais doces.
Mal sabiam essas crianças que na realidade, o Maníaco da Bicicleta as levariam para lugares afastados, como matas, bosques e construções abandonadas onde as violentava e as matava.
Nesses lugares afastados o maníaco se transformava movido pela raiva e atacava suas vítimas com extrema brutalidade sendo comum encontrar traços de tortura em suas vítimas. Após consumido os atos libidinosos ele assassinava geralmente por estrangulamento, ou golpes de pedras. Os corpos eram abandonados expostos ou enterrados pela metade em covas rasas.
Em um dos seus depoimentos o assassino chegou a relatar que bebia o sangue de algumas vítimas mortas, atribuindo seus atos de extrema violência e selvageria como atitudes influenciadas por um espírito maligno. dizia aos policiais que esse espírito maldoso o obrigava a perseguir e matar crianças. Confuso ele também dizia que os assassinatos eram provocados sob efeito do álcool.
Suas vítimas geralmente eram crianças de classe média baixa, na faixa de idade de 3 a 11 anos. Não se importava muito com o gênero das vítimas, para ele tanto fazia se era menina ou menino.
As cidades que registraram os crimes do Maníaco da Bicicleta, eram próximas, porém existe a possibilidade do andarilho ter praticado atos de selvageria também em outros municípios, pois ele confessou ter realmente matado inocentes em outras cidades da região.
Identificar o assassino que vitimava crianças na região de Rio Claro, não foi uma tarefa fácil, foi necessário tempo, principalmente porque crimes contra menores e crianças vinham crescendo na região.
Foi em dezembro de 1998, que a polícia recebeu a denúncia que acabaria aproximando o maníaco da prisão, o denunciante apontou que um andarilho havia sido visto agarrando duas meninas menores. A viatura policial foi até o local apontado e apreendeu o suspeito, liberando-o em seguida, entretanto naquele momento foi elaborado um B.O (Boletim de Ocorrência), sobre a situação.
Esse B.O acabou chamando a atenção da delegada Sueli Isler, que utilizou os dados coletados durante o depoimento do Maníaco para ir ao local onde ele havia agarrado as menores, e foi nesse local que ela conseguiu estabelecer uma linha de informações significativas e importantes para a futura prisão de Laerte.
Foi em 1999, que ela recebeu autorização para se dedicar ao caso. A delegada fez contato com familiares de crianças desaparecidas e assassinadas e logo conseguiu descobrir o nome do suspeito e ainda fazer um retrato falado do Maníaco da Bicicleta. Essas informações cruciais foram encaminhadas para delegacias regionais, o que acabou chamando a atenção de jornais e emissoras de rádio da época que passaram a transmitir informações do criminoso.
Foi na noite de 10 de janeiro de 2000, que a prisão de Orpinelli teve início. Ele passou pela cidade de Itu onde procurou o Albergue Noturno para o pernoite. O Albergue registrou sua estadia, e apontou que ele permaneceu por lá durante três noites, seguindo viagem para Leme.
Em Leme a polícia já estava preparada para fazer sua prisão, o que ocorreu em um posto de gasolina, em operação realizada pela Polícia Militar. Acabava ali a trajetória criminosa de Laerte Orpinelli.
O Maníaco da Bicicleta foi a júri em 2001, e em 2008 foi condenado a penas acumuladas nas cidades onde ocorreram os crimes.
Sua morte ocorreu em 16 de janeiro de 2013, quando a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo informou que, após uma transferência de preso, o Maníaco da Bicicleta foi encontrado morto. Seu corpo foi achado na cela pelos carcereiros da Penitenciária de Iaras.
De acordo com a SAP, Laerte morreu de causas naturais, devido ao histórico de diabetes e hipertensão; a Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário.
Por Renato Fernandes
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