Suspeito de matar botucatuense em hotel de Piracicaba é preso
Marcelo Maciel, suspeito de matar a mulher botucatuense em um hotel de Piracicaba (SP), foi preso nesta quinta-feira (1º). Segundo a Polícia Civil, ele foi localizado após ficar dois dias foragido. Laise Vieira de Andrade, de 33 anos, foi encontrada na terça-feira (29) com sinais de asfixia no quarto onde eles estavam hospedados.
O homem de 42 anos chegou à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por volta das 13h30, após passar por um posto de saúde para fazer o exame de corpo de delito.
O corpo da vítima foi localizado por funcionários do hotel na tarde de terça. O casal estava hospedado desde novembro, onde estariam morando temporariamente. Após o crime, o suspeito chegou a procurar o advogado e confessou o que tinha feito, mas não se entregou à polícia e era considerado foragido.
Segundo o cabo Padron, da Força Tática da Polícia Militar, o suspeito ficou escondido em uma casa abandonada e sem móveis, dormindo em um colchão, até decidir se entregar.
“Desde o dia que o crime ocorreu a Polícia Militar não mede esforços para tentar capturar o indivíduo e, na tarde de hoje, chegou a informação pra gente de que ele estava disposto a se colocar à disposição da Justiça, porém, queria que a Polícia Militar fosse fazer a captura. Com base nesses dados, nós levantamos o endereço onde ele poderia estar, fomos até lá, conseguimos localizá-lo, dar ciência que havia um mandado de prisão em desfavor dele e efetuar a prisão”, explicou.
De acordo com o militar, o indiciado afirmou que cometeu o crime por causa de um desentendimento conjugal que teve com a vítima e decidiu se entregar por acreditar que seria localizado pela polícia.
“Ele viu que não tinha saída, viu que tinha toda a polícia atrás dele e ele ia ser preso uma hora ou outra e resolveu fazer contato com essa pessoa que entrou em contato com a gente, e a gente juntou as informações dessa pessoa com o dos sistemas de inteligência da Polícia Militar, conseguimos localizar a residência, fomos lá e fizemos a prisão”.
Também conforme a PM, ele possui antecedentes criminais por furto e estelionato.
Em silêncio durante depoimento
Marcelo Maciel, que tem 42 anos, teve a prisão temporária decretada. Ela tem prazo de 30 dias de validade. Segundo a delegada Olívia dos Santos Fonseca, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, durante esse período, a Polícia Civil vai terminar o inquérito policial e pedir a prisão preventiva.
“Os próximos passos, agora, são cobrar os laudos faltantes, ainda tem algumas testemunhas para serem ouvidas, mas nós esperamos terminar esse inquérito o mais rápido possível e representar pela preventiva para que ele continue respondendo o processo preso”, explicou.
Também segundo Olívia, ele preferiu ficar em silêncio durante o primeiro depoimento. “Isso quer dizer que nesse momento ele não quis falar, ele foi orientado pelo advogado a não falar. Porém, dentro desses 30 dias iniciais a gente ainda pode tentar fazer de novo o interrogatório dele”, acrescentou.
Imagens mostram suspeito deixando hotel
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o suspeito de feminicídio deixou o hotel onde o corpo da vítima foi encontrado, em Piracicaba, na tarde de terça. Segundo relatos à Polícia Civil, ele afirmou a funcionários do estabelecimento que ela estava descansando e não era para incomodá-la.
De acordo com os funcionários, o casal iniciou a hospedagem em 17 de novembro e prorrogou a estadia por algumas vezes sob justificativa de que a casa deles estava em obra.
Câmeras de segurança às quais a polícia teve acesso mostram o homem no térreo do hotel por volta das 12h30. Após deixar a hospedagem, imagens de outra câmera mostram ele correndo por uma rua nas imediações.
A vítima foi encontrada no quarto, já sem vida, com sinais de asfixia.
De acordo com a Polícia Civil, após sair do hotel, Maciel foi ao escritório de seu advogado, onde assumiu o crime, e depois fugiu.
O advogado ligou para a delegada Olívia dos Santos Fonseca, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, e informou sobre a confissão.
De acordo com relato dos policiais civis que localizaram o corpo, o quarto estava bastante bagunçado e o interfone estava com os fios cortados. O crime foi registrado como feminicídio.
Medida protetiva
A Polícia Civil localizou um boletim de ocorrência de ameaça registrado pela vítima neste ano, quando ela solicitou medidas protetivas de urgência.
No entanto, também conforme o boletim de ocorrência, a medida protetiva foi revogada pela Justiça após informação da Ronda Patrulha Maria da Penha de que o casal estava mantendo contato por livre e espontânea vontade de ambos.