Polícia Civil descobre fraudes em corretoras para compra e venda de moedas virtuais
Na manhã desta quinta-feira (22), a 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Administração, Combate à Corrupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) deflagrou a “Operação Exchange”, objetivando o cumprimento de 6 mandados de busca, em Diadema e na Capital.
As ordens judiciais foram emanadas de investigações relacionadas à atuação de corretoras voltadas à intermediação de compra e venda de moedas virtuais (bitcoins) para empresas fictícias/inidôneas constituídas em nome de “laranjas” e criadas com o objetivo de propiciar aos seus idealizadores acesso ao sistema bancário.
Investigações preliminares apontaram que empresas transacionaram vultuosas quantias entre si e, em seguida, destinaram os valores para corretoras, responsáveis pela aquisição de ativos digitais para, posteriormente, entregar aos seus clientes o código de validação da criptomoeda (hash), que pode ser utilizado em qualquer lugar do mundo sem possibilidade de rastreio ou de vinculação à origem.
Dados de inteligência indicaram que uma dessas corretoras mantém vínculos financeiros, quase que exclusivamente, com empresas de fachada/inidôneas.
As investigações constataram que, em apenas 5 meses, a corretora transacionou aproximadamente R$ 10 milhões em moedas virtuais com, no mínimo, 6 empresas fictícias, e indicaram que outras 8 empresas adquiriram, no mesmo período, cerca de R$ 15 milhões em moedas virtuais.
Acredita-se que as corretoras investigadas, que não promovem mínima verificação da legitimidade das instituições com quem negocia, tampouco a origem dos valores transacionados, valem-se do mercado negro para obter lucro e dar aspecto lícito ao dinheiro recebido, operando conscientemente em favor de uma organização criminosa destinada à lavagem de capitais por meio de criptomoedas, ou seja, as operações destinam-se ao envio de dinheiro para empresas no exterior (Offshores) com posterior repatriação por meio de simulação de operações de vendas ou de prestação de serviços.
A Justiça aceitou a representação da Autoridade Policial e determinou o bloqueio de contas e sequestro de valores de 2 pessoas físicas e de 17 pessoas jurídicas, no total de R$172 milhões.