Geração de resíduos domiciliares e urbanos cresce na pandemia
A geração de resíduos domiciliares e de limpeza urbana tiveram aumento médio de 10% no país em no ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Segundo a análise dos sistemas de coleta em diversos municípios, a quarentena contra a pandemia de covid-19, que fez com que mais pessoas trabalhassem em casa, concentrou a geração de resíduos fora das áreas comerciais e industriais.
“As medidas de isolamento social e a adesão ao home office, adotado por boa parte das empresas, influenciaram diretamente na geração de resíduos domiciliares, que antes eram gerados nos grandes centros e áreas corporativas, elevando a demanda pelos serviços de limpeza urbana nas cidades”, explica o diretor-presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado pela entidade no final do ano passado, mostra que, em 2019, a média per capita no país era de 379,1 quilos de resíduos sólidos gerados por ano. Em 2010, cada pessoa produzia em média 348,3 quilos de resíduos por ano.
Recicláveis
As mudanças de hábito durante a pandemia também mudaram o perfil dos resíduos urbanos, com um aumento médio de 25% na quantidade de materiais recicláveis coletados. De acordo com a Abrelpe, isso está ligado ao aumento das compras pela internet, que necessitam de mais embalagens para o envio dos produtos.
Segundo a associação, o crescimento do uso desses materiais não foi, entretanto, acompanhado de um aumento da reciclagem. “A reciclagem propriamente dita não cresceu na mesma proporção, já que boa parte do volume coletado foi encaminhada para unidades de disposição final devido ao fechamento ou à diminuição da atuação nas unidades de triagem em diversas cidades durante boa parte do ano passado”, destaca Silva Filho ao comentar como o trabalho das unidades de reciclagem também foi impactado pela pandemia.
Edição: Nádia Franco