Justiça do Rio ouve testemunhas do caso Henry Borel
Testemunhas de acusação e de defesa da professora Monique Medeiros e do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusados pela morte do menino Henry Borel, foram ouvidas nesta terça-feira (14) no Tribunal de Justiça (TJ). A audiência de instrução e julgamento começou por volta das 10h50 e se estendeu até o período da noite.
A primeira testemunha ouvida foi a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, que atendeu Monique no dia em que ela falou por vídeo-chamada com sua babá, que mostrou imagens de Henry mancando após supostos maus tratos. Ela confirmou a chamada e disse que Monique não interrompeu o tratamento de escova e permaneceu no salão, apesar da notícia.
Também foi ouvido o deputado estadual Coronel Jairo, pai de Jairinho. Ele afirmou acreditar na inocência do filho e de Monique e contestou as lesões apontadas nos laudos do Instituto Médico Legal (IML), alegando que poderiam ser de trauma no fígado acontecido no passado do menino.
A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, teve que intervir por várias vezes, pedindo ordem aos advogados das partes, a fim de que estes não fizessem debates entre si dentro do tribunal.
Também foram ouvidos o ex-vereador Thiago Ribeiro, amigo e colega de Jairinho; Herondina Fernandes, tia do réu; Cristiane Isidoro, ex-assessora do ex-parlamentar, que teve o mandato cassado pela Câmara dos Vereadores. A audiência terá continuidade nesta quarta-feira (15), quando serão ouvidas mais duas testemunhas. A juíza ouvirá Jairinho e Monique no ano que vem, quando decidirá se eles enfrentarão o júri popular.
Presos desde abril, os réus foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos), tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.
Henry Borel Medeiros, filho de Monique e enteado de Jairinho, morreu no dia 8 de março. De acordo com informações da denúncia, o menino, de 4 anos de idade, teria sido vítima de torturas realizadas no apartamento do casal, na Barra da Tijuca. O garoto foi levado ao Hospital Barra D’Or, mas já chegou ao local morto. À época, Monique disse acreditar que o menino tivesse caído da cama. Jairinho alegou que estava dormindo, sob efeito de sedativos.
Edição: Fábio Massalli