Rio concluirá conjunto destinado a abrigar vítimas da tragédia de 2011
O governo do estado do Rio de Janeiro prometeu concluir as obras de infraestrutura do conjunto habitacional Granja Disco,, em Areal, na região serrana do Rio, construído para abrigar famílias de vítimas da tragédia de 2011. No local, há 153 casas populares.
O anúncio foi feito hoje (12) pelo governador em exercício, Cláudio Castro. Ele disse que serão feitas as licitações, que estão paradas desde 2014, para construção da estação de tratamento de esgoto e do reservatório de água, além do acesso viário de 800 metros entre o conjunto e a rodovia.
O custo das obras foi estimado em R$ 5,8 milhões. Segundo Castro, o governo federal também vai liberar recursos por meio de emenda parlamentar do senador Carlos Portinho para todas as intervenções necessárias no local.
O governador, que estimou a conclusão das obras para janeiro de 2022, comprometeu-se a implantar um posto de saúde e uma escola no bairro, carente de infraestrutura. A licitação será feita pela Companhia Estadual de Habitação (Cehab), órgão da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Obras, Bruno Kazuhiro, a obra prevê também a contenção da encosta que fica na beira desse acesso, o que deve garantir que não haja risco de a pavimentação vir a ser destruída por alguma chuva no futuro. E um fundo criado pela sociedade civil e empresários locais de Areal custeará pequenos reparos em algumas residências.
Tragédia
A tragédia das chuvas fortes na madrugada do dia 11 para 12 de janeiro de 2011, que completou dez anos, provocou mortes, desabamentos de casas, deslizamentos e enxurradas nas ruas dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, ainda tem reflexos atualmente.
Como o conjunto habitacional Granja Disco que ainda não foi concluído, o próprio governador em exercício reconheceu que a região enfrenta até hoje grande déficit habitacional. No último dos três dias do chamado Governo Presente na Serra, em que transferiu seu gabinete para a região e se reuniu com moradores, empresários e autoridades locais, Castro informou que buscará recursos do Plano Nacional de Habitação, do governo federal, para tentar resolver o problema de falta de moradias.
Cheques
Ainda nesta terça-feira, em Petrópolis, Castro entregou a floricultores da região serrana cheques simbólicos no valor total de R$ 100 mil do Programa Agrofundo, linha de crédito específica para apoiar categorias agrícolas, lançada de forma emergencial no início da pandemia.
Conforme números do governo estadual, o Agrofundo já atendeu a 125 produtores de 13 municípios, totalizando mais de R$ 1 milhão de créditos concedidos. “O estado tem colaborado com os agricultores locais, e isso também ajuda a fortalecer a economia regional. É um programa importante para manter o negócio dessas pessoas, mas fundamental também para toda a população do Rio”, disse Castro.
Uma década depois da tragédia, o governador participou, à meia-noite, no quartel de Petrópolis, do toque de silêncio, que foi executado simultaneamente em todas as unidades do Corpo de Bombeiros em memória dos militares vítimas do desastre de 2011.
Na ocasião, Castro anunciou ações de prevenção e trabalho transparente para que tragédias como a daquele ano não se repitam mais. “Nossa missão é ouvir e atender à população.”
Três Rios
No município de Três Rios, no sul fluminense, o temporal de domingo (10), quando em pouco mais de três horas foram registrados 130 milímetros de chuva, mais da metade do esperado para todo o mês de janeiro, deixou cerca de 100 famílias desalojadas. Uma menina de 8 anos morreu quando o carro em que estava foi levado pela correnteza para dentro de um córrego.
No início da tarde de hoje, uma equipe da Defesa Civil Nacional chegou à cidade para orientar os gestores locais sobre como solicitar recursos federais para ações de socorro e assistência à população.
Os técnicos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) também darão suporte aos gestores na elaboração de planos de trabalho complementares para acelerar a liberação de recursos. Ontem (11) o município recebeu uma equipe da Defesa Civil estadual. Após reunião, com a equipe da Defesa Covil, a prefeitura determinou estado de calamidade pública na cidade, que entrou em situação de emergência nível 2 pelo prazo de 90 dias.
“Importante ressaltar que, no momento, nenhuma família está desabrigada. Conforme a Promoção Social, 15 pessoas estão no Abrigo Municipal. O secretário da pasta informou que, em casos como esse, as pessoas afetadas também têm a opção de ir para casa de familiares”, informou em nota a prefeitura.
Duque de Caxias
A Defesa Civil de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, interditou na manhã de hoje uma casa na Vila São Luiz, após o desabamento de uma construção na laje do imóvel. Técnicos constataram rachaduras na estrutura de um cômodo e orientaram os moradores a deixar o imóvel, e eles foram para a casa de parentes no mesmo terreno. Outra ocorrência foi o deslizamento de terra na Avenida Automóvel Clube com a Rua 25 de agosto, no bairro Jardim Rotsen. Um imóvel em construção foi atingido. Não houve vítimas nas duas ocorrências.
O superintendente de Defesa Civil, André Xavier, informou que Duque de Caxias permanece em estágio de monitoramento e que as chuvas que ocorreram no fim da noite passada e início da madrugada de hoje provocaram alagamentos no centro da cidade e nos bairros de Imbariê, Jardim Primavera e Santa Cruz da Serra. A situação, no momento, é de normalidade.
Xavier recomendou novamente que, em caso de emergência, os moradores procurem ficar em local seguro e solicitem atendimento pelos telefones 193, do Corpo de Bombeiros, e 199 e 08000-230199, da Defesa Civil.
Magé
Em Magé, também na Baixada Fluminense, continuam os trabalhos de recuperação dos efeitos causados pelas chuvas dos últimos dias. Os bairros mais atingidos foram o Centro, Lagoa, onde ocorreram deslizamentos, e o Roncador, que, além de deslizamento, registrou o desabamento de uma casa. Nenhuma pessoa ficou ferida, e os desalojados foram para casa de parentes próximos.
“A Prefeitura de Magé disponibiliza pontos de apoio em caso de vítimas, e sistema de alerta e alarme para informar situações de risco. Também está fazendo hoje, o primeiro encontro do Grupo de Gerenciamento de Risco visando atuar nas emergências e solucionar os problemas causados pelas chuva”, informou, em nota a prefeitura.
Edição: Nádia Franco