Temporal alaga ruas de Petrópolis e impressiona moradores
Imagens de enchentes das ruas do centro histórico de Petrópolis e de outros bairros alagados no Rio de Janeiro começaram a circular nas redes sociais no final da tarde de hoje (15). O temporal deixou assustados os moradores da cidade da Região Serrana do estado fluminense.
“São muito pontos destruídos. Muita gente vai perder tudo. Lojas inteiras inundadas praticamente até o teto. Chove muito, coisa que não se vê em Petrópolis há muitos anos”, disse à Agência Brasil o comerciante Vagner Bruno Christ Ferreira.
Relatos nas redes sociais também documentam o cenário. “Em 18 anos nessa casa em Petrópolis, o rio que passa dentro do quintal nunca inundou. Até hoje. Estamos bem. Perdi alguns móveis, mas isso a gente recupera”, escreveu o diretor de audiovisual Alfredo Stadtherr.
Diante do grande volume de água, a Defesa Civil colocou a cidade no Estágio de Crise. Em apenas seis horas, o acumulado pluviométrico chegou a 259 milímetros, superando a média de 238,2 milímetros esperada para todo o mês de fevereiro. A Concer, concessionária de trecho da rodovia federal BR-040, informou quedas de barreiras afetando o trânsito na serra de Petrópolis. Também já há pelo menos 49 ocorrências por deslizamento, segundo nota divulgada pela Defesa Civil.
“Todos os pontos de apoio foram abertos para o acolhimento das pessoas em área de risco. A Defesa Civil orienta a mobilização da população, que neste momento, deve se manter em áreas seguras”, acrescenta o texto. A prefeitura suspendeu as aulas de amanhã (16) da rede municipal de ensino.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, cancelou a agenda e está se deslocando para Petrópolis para acompanhar os trabalhos. Está prevista uma reunião para 22h entre órgãos municipais e estaduais para alinhar a atuação em conjunto. O governo fluminense colocou oito ambulâncias a serviço da cidade para atuar no socorro de eventuais vítimas.
Histórico de tragédias
A história da Região Serrana é marcada por episódios marcantes de tragédias envolvendo temporais. Em 1988, após dias ininterruptos de chuva, 134 pessoas morreram em deslizamentos de terra, desabamentos ou levadas pelas águas da enchente em Petrópolis. Centenas de moradores ficaram desabrigados.
Já em 2011, chuvas torrenciais que causaram enchentes e deslizamentos de terra que tiraram a vida de 918 pessoas. Além disso, 30 mil moradores ficaram desalojados. No episódio, que é considerado um dos maiores desastres socioambientais do país, o impacto foi maior nas cidades de Nova Friburgo e Teresópolis, mas Petrópolis também foi bastante castigada.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira