TV Brasil presta tributo aos atores Tarcísio Meira e Paulo José
Em homenagem à vida e ao legado de Paulo José e Tarcísio Meira, a TV Brasil exibe dois filmes com a participação desses premiados atores. Paulo José faleceu no dia 11 de agosto, aos 84 anos, em consequência de uma pneumonia. Tarcísio Meira morreu hoje, dia 12, aos 85 anos, vítima de covid-19.
Hoje, às 22h30, a sessão Cine Retrô exibe Quelé do Pajeú (1969), drama de Anselmo Duarte que traz Tarcísio no papel do protagonista Clemente Celidônio. O longa-metragem havia sido dado como perdido no começo dos anos 1970 e foi reencontrado mais de quatro décadas depois.
Amanhã, sexta-feira (13), às 13h, a Sessão Família apresenta O palhaço (2011), com uma memorável atuação de Paulo José ao lado de Selton Mello. Em 2015, o drama foi eleito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Cine Retrô: Quelé do Pajeú
Em Quelé do Pajeú, Clemente Celidônio (Tarcísio Meira), mais conhecido como Quelemente ou Quelé, cuida de um rebanho próximo ao local onde leva uma vida pacata, na pequena Pajeú das Flores, em Pernambuco.
Certo dia, ao chegar em casa, descobre que sua irmã, Marizolina (Elizângela Vergueiro) foi estuprada por um estranho. Em busca de vingança, Quelemente sai a procura do homem sobre quem Marizolina descreveu apenas uma cicatriz no rosto e a falta de um dedo.
Na jornada, Quelemente viverá muitas aventuras e se apaixonará por Maria do Carmo (Rossana Ghessa). O protagonista acaba por descobrir que o estuprador é Cesídio (Jece Valadão), com quem entra em confronto. Na luta, Quelemente mata um policial e passa a ser perseguido.
As desventuras de Quelé e sua sede de vingança poderão levá-lo à beira do abismo. Ou rumo ao cangaço…
Dirigido por Anselmo Duarte (vencedor do Festival de Cannes 1962 com O Pagador de Promessas) e com roteiro assinado pelo cineasta Lima Barreto, Quelé do Pajeú tem reprise às 3h45 (madrugada de quinta para sexta).
Alguns anos depois de seu lançamento, em 1969, Quelé do Pajeú desapareceu das cinematecas e acervos de colecionadores. Perdido por mais de 40 anos, o drama ganhou o status de “obra lendária”. Porém, em 2016, o escritor e diretor Paulo Wenceslau Duarte encontrou na Europa uma cópia do filme, que traz legendas em italiano.
Tarcísio Meira
Com 62 anos dedicados aos palcos, ao cinema e à televisão, Tarcísio Meira está entre os ícones da dramaturgia brasileira.
Nascido Tarcísio Magalhães Sobrinho, em 1935, o paulista Tarcísio Meira daria os primeiros passos no teatro profissional como coadjuvante na peça O Soldado Tanaka (1959). Dali por diante, participaria de 31 montagens.
Na televisão, o ator se iniciou em 1961, na extinta TV Tupi. De lá para cá, integrou o elenco de mais de 60 produções, incluindo séries, minisséries, telenovelas e filmes.
Sua carreira no cinema se estende por 22 longa-metragens. Tarcísio trabalhou ao lado de nomes como Anselmo Duarte, Bruno Barreto, Walter Hugo Khouri e Glauber Rocha.
Sessão Família: O palhaço
Em O palhaço, o circo itinerante de Valdemar (Paulo José) viaja de vila em vila pelo interior do Brasil. No picadeiro, Valdemar atua como o palhaço Puro Sangue, ao lado do filho, Benjamin (Selton Mello), que faz o palhaço Pangaré.
Sem qualquer documento além da certidão de nascimento, Benjamin nunca conheceu nada fora do circo. Para ele, não foi uma opção, mas uma condição inevitável da vida.
Ao começar a questionar sua capacidade de fazer as pessoas rirem e incerto quanto a seu lugar no mundo, Benjamin decide se rebelar. Ele quer descobrir o que há além da tenda do circo, correr riscos, conhecer pessoas e agarrar oportunidades. Então, com o pretexto de encontrar um ventilador e um amor, o jovem põe o pé na estrada. Na aventura, porém, conhece várias pessoas que lhe mostram outras possibilidades e o lembram de um sonho antigo: um dia ter um fã.
Em seu segundo longa-metragem como diretor, Selton Mello aborda em O Palhaço a busca por identidade e autoconhecimento. E a necessidade de se abrir mão do velho para abraçar o novo.
Aclamado por crítica e público, o filme conquistou prêmios no Festival de Cinema de Paulínia (2011), Prêmio ABC de Cinematografia (2012), Grande Prêmio Brasileiro de Cinema (2012), Tiburon International Film Festival (2012), Chicago International Festival (2012), entre outros.
Paulo José
Nascido em Lavras do Sul (RS) em 1937, Paulo José se radicou em São Paulo no início dos anos 1960. Lá, envolveu-se com o Teatro de Arena, onde deu seus primeiros passos nas artes cênicas, como contrarregra, assistente de direção, produtor, diretor musical, cenógrafo, figurinista e finalmente ator. Seu debut nos palcos se deu em 1961, com a peça Testamento de um cangaceiro.
A estreia de Paulo José no cinema aconteceu em 1965, com o filme O padre e a moça, de Joaquim Pedro de Andrade. A partir dali, o ator participaria das mais importantes produções nacionais, como Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, e Todas as mulheres do mundo, de Domingos Oliveira.
Na televisão, participou de mais de 20 produções, especialmente telenovelas e minisséries. Paulo José teve um extenso currículo como diretor também, com destaque para as minisséries Agosto (1993), adaptação do romance de Rubem Fonseca; Memorial de Maria Moura (1994), baseada na obra de Rachel de Queiroz; e Incidente em Antares (1994), adaptação do livro de Erico Veríssimo.
Ao todo, Paulo José participou de 39 filmes, 21 novelas, 25 minisséries, 31 peças e 22 montagens como diretor.
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