Covid-19: cresce no Rio demanda por vacina na faixa de 35 a 39 anos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro identificou, nos últimos dias, aumento da demanda pela vacinação contra a covid-19 entre pessoas na faixa de 35 a 39 anos. Segundo o secretário Daniel Soranz, na semana entre os dias 12 e 17, a primeira destinada à faixa etária dos 30 anos, começando na segunda-feira, pelos que estão com 39 anos, a demanda ficou um pouco abaixo do previsto, mas, nos últimos dias, a procura pelos imunizantes nesta faixa de idade aumentou muito.
De acordo com Soranz, isso pode ter ocorrido por causa da repescagem que a SMS decidiu fazer ontem (22) e hoje (23) para quem tem 35 anos ou mais, devido à baixa cobertura vacinal nesse grupo. “O aumento da procura foi intenso, o que traz muita satisfação para a secretaria e também para a sociedade: é sinal que as pessoas acreditam na vacina e querem se vacinar. Não temos problema de adesão à vacinação na cidade do Rio de Janeiro, mas sempre pedimos que as pessoas procurem [a vacina] no seu dia”, disse o secretário durante a apresentação do 29º Boletim Epidemiológico da Prefeitura do Rio.
Soranz enfatizou a preocupação de garantir as doses de imunizante para quando a população mais jovem tiver que ser vacinada. “Vai ser muito ruim se as pessoas não puderem se vacinar no seu dia, ou ficarem escolhendo vacina ou procurarem dia de repescagem”, afirmou.
O secretário disse que, somente na quarta-feira, foram aplicadas 74 mil doses, quando a previsão era de 30 mil primeiras doses. Nos últimos dois dias, foi também surpreendente a ida de muitas pessoas com mais de 50 manos, ou idosos, às unidades de vacinação.
Soranz fez um apelo para que se evite a repescagem, que não está prevista, para evitar que a logística da distribuição de doses seja prejudicada. “É muito importante que as pessoas procurem se vacinar no seu dia. Quanto elas deixam para procurar na repescagem, causam uma flutuação muito grande na demanda nas unidades de saúde e prejudicam a logística da campanha toda, Além de se prejudicarem, prejudicam as pessoas à sua volta”, afirmou.
O secretário pediu também que as empresas facilitem a ida dos empregados que estão no dia previsto para a vacinação. “Ainda se veem muitos empregadores que não liberam seus profissionais para se vacinar, por isso, estes ainda vão para a repescagem. Nossa recomendação é que, se é o seu dia, se está elegível e no seu momento de vacinar, não atrase. Você vai estar protegido o quanto antes.”
Conforme o secretário, a população do Rio aderiu fortemente à vacina contra a covid-19, ao contrário do que se verifica em países como Inglaterra, Israel e Estados Unidos, onde há resistência de parte dos moradores à imunização. Soranz ressaltou que é justamente nessas pessoas que se registra o maior número de casos e de óbitos pela doença. “O grupo de pessoas antivacina é o que mais se contamina e que está indo para hospital e indo a óbito. Espero que seja uma minoria no Rio de Janeiro. Sempre que analiso os dados de outros países e os nossos, vejo que a nossa população tem adesão natural à vacinas. Alcançou 90% de cobertura em várias faixas etárias , poucos países conseguiram isso”, afirmou.
Idosos
A prefeitura do Rio finalizou nesta semana a vacinação de 90% dos idosos com as duas doses. Ao comemorar o fato, o secretário destacou a possibilidade de avanço, ao longo das próximas duas semanas, da imunização das pessoas com comorbidades. “É a imunização plena nesses dois grupos prioritários. É muito importante, é algo decisivo na proteção contra a covid. Quando se imunizarem esses dois grupos, os que mais se internavam, ficará o desafio de imunizar o grupo acima de 30 manos, que é um grupo que ainda [se] interna muito.”
Terceira dose
Sobre a possibilidade aplicação da terceira dose após a imunização completa da população, Soranz reafirmou que ainda está em estudo. A avaliação está sendo feita também pelo Ministério da Saúde porque as prefeituras precisam se planejar, não só em termos de logística, mas também para a compra dos imunizantes. “Ainda tem um caminho de busca de informações e dados. [Isso] está sendo discutido no mundo somente para idosos acima de 60 anos. Não há ainda uma discussão de terceira dose para a população, em geral. É provável que ocorra depois de um ano da primeira dose.”
Segundo o secretário, a análise dos dados da vacinação em massa e da imunização da população de Paquetá, ilha que é um bairro do Rio de Janeiro, será fundamental para a busca de informações que vão definir a necessidade da terceira dose. Da mesma forma, a análise da imunização na população do conjunto de favelas da Maré vai contribuir para a decisão. “Em princípio estamos vendo que a vacina faz efeito, protege e tem protegido nossos idosos, com as internações e os óbitos caindo”, concluiu.
Edição: Nádia Franco