Diocese de Assis afasta padres investigados por abusos sexuais
A Diocese de Assis (SP) informou nesta terça-feira (31) que afastou os dois padres denunciados por cometerem abusos sexuais contra um seminarista. Os abusos teriam ocorridos entre anos de 2002 e 2003, quando o denunciante tinha 16 anos. A Polícia Civil investiga o caso.
O homem que se apresenta como vítima dos religiosos, hoje ex-seminarista e com 36 anos, registrou na último quinta-feira (26) um boletim de ocorrência para reforçar as denúncias feitas por ele no passado ao Tribunal Interdiocesano localizado na mesma cidade.
No documento divulgado pela Diocese, a instituição religiosa destaca que o afastamento das funções sacerdotais é uma medida cautelar enquanto a investigação das denúncias está em andamento e que, após as apurações, se não ficar comprovado a medida cautelar será revogada.
O g1 teve acesso ao documento que foi assinado pelos dois padres investigados, estando ambos, portanto, cientes do afastamento a partir do dia 30 de maio. A Diocese também foi questionada em relação ao andamento do processo interno, porém não se manifestou.
Investigação policial
A Delegacia de Defesa da Mulher confirmou que foi aberto um procedimento para apurar o caso, e que as primeiras diligências devem ser realizadas nos próximos dias. Detalhes não foram passados, já que a apuração corre em sigilo.
A vítima afirmou, inclusive, ter localizado outras vítimas dos supostos abusadores e garantiu que existe um parecer da Santa Sé, em Roma, sede da Igreja Católica, para prosseguimento da apuração interna devido à riqueza de detalhes de sua denúncia ao tribunal religioso.
A assessoria de imprensa do Vaticano também foi procurada pelo g1, mas não se manifestou até a última atualização.
Abusos
O ex-seminarista disse ao g1 que demorou tanto tempo, cerca de duas décadas, para denunciar o caso por conta dos traumas envolvidos, trabalhados ao longo de muitos anos de tratamento psicológico.
Segundo seu relato, ele foi estuprado por um padre em 2002 e depois manteve uma relação por dois anos com o segundo, que o teria “ludibriado” após obter sua confissão sobre a violência sexual sofrida anteriormente.
O estupro, conforme o denunciante, aconteceu quando ele tinha 16 anos, em uma casa paroquial na cidade de Iepê (SP).
Do G1