Anfavea prevê cenário mais otimista para a indústria automobilística
A Anfavea aproveita a divulgação do balanço de setembro para reavaliar as suas previsões para 2020. De acordo com a entidade, que reúne os fabricantes baseados no Brasil, o país deve fechar o ano com 1,925 milhão de veículos comercializados. Numero que inclui carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus.
A projeção é melhor do que a feita em julho, quando a Anfavea estimava fechar o ano com 1,675 milhão de veículos comercializados. Mesmo assim, representa um tombo de 31% na comparação com 2019, quando o Brasil fechou 2,788 milhões de veículos emplacados.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, explica que essa projeção é apenas uma referência, já que o cenário ainda é muito incerto e pode oscilar para melhor ou para pior, dependendo de fatores como a manutenção do nível de emprego, dos juros baixos e da intenção de empresas e pessoas físicas de investirem na compra de veículos.
Em termos de produção, a expectativa é de que deixem as linhas de montagem até o fim deste ano 1,915 milhão de veículos, o que representa uma retração de 35% na comparação com os 2,945 milhões de 2019. Depois de fechar 4 mil postos de trabalho durante a pandemia, a indústria passa a atualmente por um momento de adequação à demanda local e também de exportação.
“Nós ainda temos muitas dúvidas, mas entendemos que o processo de retomada vai ser longo. Não vejo uma recuperação imediata para o patamar de três milhões de veículos. Esse resultado não depende só do desempenho do mercado interno. A Argentina, que é o nosso principal parcerio, passa atualmente por uma crise muito grave”, destacou Moraes.
Emissões e ESP
A pandemia não afetou apenas a receita e o nível de emprego das montadoras. A Anfavea destacou que os fabricantes ainda negociam junto ao governo federal o adiamento do cronograma de implantação das novas normas de emissões e da obrigatoriedade dos controles eletrônicos de tração e estabilidade, ambos previstos para começar em 2022.
O presidente da entidade ressaltou que os testes de validação das novas tecnologias necessárias para fazer motores mais limpos e veículos mais seguros foram bastante afetados pelo fechamento das fábricas no período inicial da pandemia.
“Não basta importar tudo pronto. Além da questão do custo, existem várias particularidades que precisam se consideradas no desenvolvimento dos veículos , como a diferença nos combustíveis”, explicou Moraes.