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Ford F-75: conheça detalhes do utilitário feito no Brasil, mas nascido nos EUA

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Ford F-75: conheça detalhes do utilitário feito no Brasil, mas nascido nos EUA


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A F-75 foi produzida sobre a estrutura de sua irmã, a Rural, através da Willys Overland do Brasil no ano de 1961
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A F-75 foi produzida sobre a estrutura de sua irmã, a Rural, através da Willys Overland do Brasil no ano de 1961

Uma espécie de “faz tudo”. Enfrentar todo e qualquer tipo de terreno, um utilitário para ser utilizado no campo e na cidade. Este era o principal lema para cada veículo utilitário fabricado pela americana Willys Overland, tradição que vem antes mesmo das I e II Guerras Mundiais e o Jeep foi o principal precursor dessa linhagem. 


Logo depois, não demoraria para aparecer seus derivados como a ” Station Wagon Willys ” e a sua mais nova configuração com caçamba – denominada “Pick-up” – surgida em 1946 nos Estados Unidos

Por aqui, a Pick-up foi produzida sobre a estrutura de sua irmã, a Rural, através da Willys Overland do Brasi l no ano de 1961. Seu desenho honrava a autoria do designer americano Brooks Stevens, um mestre que autografou projetos como o Aero Willys, o Jeep e a própria Rural .

Dela, a Pick-up também aproveitava o motor Willys BF161 , de 6 cilindros, 2.600 cc, que rendia bons 90 cv a partir das 4.400 rpm . Curiosamente – ainda no início da década de 60 – algumas unidades chegaram a ser equipadas com o motor Perkins 4-203 de 4 cilindros movido a Diesel, o mesmo que foi muito utilizado nos tratores Ford. 

Uma das qualidades que mais agradavam na Willys F-75 era a sua generosa caçamba com capacidade para 798 kg
Reprodução

Uma das qualidades que mais agradavam na Willys F-75 era a sua generosa caçamba com capacidade para 798 kg

O principal atrativo da Pick-up era a sua generosa caçamba com capacidade para 798 kg , um verdadeiro latifúndio! Resistente e robusta, a valentona topava qualquer tarefa e era muito utilizada, principalmente, por agricultores e fazendeiros, graças a sua versatilidade e robustez.

Com a distância de entre-eixos maior, suspensão recalibrada e chassis super reforçado com 5 travessas na Pick-up , transportar cargas pesadas era com ela mesmo. O utilitário também não fazia feio nos centros urbanos. Era muito prática e podia muito bem ser usada em qualquer ocasião. Porém, a direção do tipo rolete e rosca, sem fim, denotava um certo cansaço nas balizas, um vício que permaneceria nas Rural Willys. 

Quanto ao espaço interno, os mais altinhos não tinham do que reclamar. Suficientemente confortável para até três passageiros, graças ao banco inteiriço, viajar a bordo da Pick-up tornava-se uma agradável tarefa.

Esta configuração só era possível por conta da localização do câmbio de quatro marchas , instalado na coluna de direção. A extrema simplicidade do painel de instrumentos (pintado na mesma cor da carroceria) se resumia apenas ao velocímetro, nível da gasolina e temperatura do motor.

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Suficientemente confortável para até três passageiros, graças ao banco inteiriço, viajar a bordo da Pick-up era agradável
Reprodução

Suficientemente confortável para até três passageiros, graças ao banco inteiriço, viajar a bordo da Pick-up era agradável

O aeramento do ar interno era feito através de um alçapão localizado próximo ao capô. Com uma estratégia inteligente, hoje utilizada em muitos monovolumes, a Pick-up possuía um porta-objetos debaixo dos bancos, muito útil para guardar pequenas ferramentas.

No ano seguinte, a Willys lançou uma variedade de opções da Pick-up Jeep , cujas campanhas publicitárias da época apelavam para a extensa lista de configurações que iam desde a ambulância , passando pelo carro de bombeiro e carro forte, além é claro da interessante cabine dupla. Apesar de muitos não saberem da existência desta versão, é possível ver algumas raridades desfilando por aí.

Já a versão bélica F-85 surgida em 1962, era muito usada pelas tropas da Marinha, Exército e Fuzileiros Navais e contava com para-choques reforçados, guincho mecânico, tração 4×4, para-brisa rebatível e até canhões e metralhadoras.                                                                                    

Logo depois da união entre a Willys e a Ford Motors , em 1968, a então Ford-Willys passou a oferecer opcionalmente o motor 3.000 cc cujo desempenho entregava 140 cv a 4.400 rpm e torque de 22,3 kgfm a 2.000 rpm de acordo com as especificações no Manual do Proprietário da Pick-Up Willys.

Com esta nova parceria a Willys pretendia conquistar a confiança de diferentes tipos de público, desde o trabalhador que utilizava seu próprio veículo para trabalhar até as famílias as quais necessitavam de um meio de transporte espaçoso , confiável e ao mesmo tempo confortável.

E, isso ela sabia fazer muito bem, tanto que neste ano lançou a versão Luxo da F-75 a qual agregava botões cromados das luzes e limpadores de para-brisa, calotas e pneus com faixa branca e pintura saia e blusa como item opcional. 

A Willys F-75 Cabine Dupla foi lançada em 1962 como uma das primeiras picapes do gênero feitas no Brasil
Pinterest – Reprodução

A Willys F-75 Cabine Dupla foi lançada em 1962 como uma das primeiras picapes do gênero feitas no Brasil

Em 1970 a atual fabricante de veículos utilitários deixa de chamar Ford-Willys passando a se chamar somente Ford do Brasil. Aos poucos a Ford foi substituindo os veículos da Willys , passando a descartar esta marca no Brasil. A antiga Willys também produzia motores marítimos, grupos geradores de solda e unidades de força.

As bases destes produtos eram os motores de seis cilindros do Aero Willys e o de quatro cilindros, do Gordini. A unidade que comercializava estes equipamentos era a Divisão de Produtos Especiais, localizada em Taubaté, SP. 

Em 1983, a última unidade do valente utilitário da era Willys, com versão 4x4, motorização a álcool de 4 cilindros (2300cc)
Reprodução

Em 1983, a última unidade do valente utilitário da era Willys, com versão 4×4, motorização a álcool de 4 cilindros (2300cc)

Dois anos depois, a Pick-up tirava a sua nova “cédula de identidade” passando a se chamar Ford F-75 e ganhava uma vasta gama de novas cores como a laranja nepal, marron canela, azul aquarius, turquesa aqua, amarelo pop, branco nevasca, vermelho cadmium e verde patropi e o selva.           

Em 1983, a última unidade do valente utilitário da era Willys deixava a sua produção, em São Bernardo do Campo na versão 4×4 , motorização a álcool de 4 cilindros (2.300cc) , o mesmo que equipava o Maverick e o Taurus americano.

Fonte: IG CARROS

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