Andamos na nova Yamaha Crosser 2023
Conhecer para entender. Ou, no caso da Yamaha XTZ 150 Crosser, para gostar. O que até pode ser pessoal, no foi meu caso, com uma historinha contada desde 2014, quando a motocicleta foi lançada.
Mais uma moto de uso misto de entrada, pensei eu, que, inclusive, cheguei a tratar como “trail urbana”, por ocasião de sua primeira atualização, em 2017. Tratamento injusto, na época, até conhecer a verdadeira vocação da pequena Yamaha Crosser durante a aventura de uma semana pelas trilhas da Estrada Real, no ano seguinte.
Não chega a ser preconceito, em favor da líder desse segmento, a rival Honda NXR 160 Bros , que tem uma participação de mais de 50%, contra cerca de 10% da Crosser, mas sim um reflexo dos números gerais das marcas, com a Honda respondendo com 75% do total contra menos de 20% da Yamaha .
No caso das pequenas trail , como a vantagem da marca líder é menor do que isso, pode significar uma boa e potencial vantagem para a segunda colocada.
Voltando à Yamaha XTZ 150 Crosser , ela chega agora na versão 2023, com algumas atualizações em relação à versão 2019, mas com a mesma garra que comprovou em ocasiões anteriores, em especial às várias edições do Tour da Crosser.
Essa campanha da Yamaha foi decisiva para mostrar, inclusive a mim, que a motocicleta não é apenas uma trail urbana , mas que pode enfrentar qualquer caminho por esse mundo. E o test-ride proposto para a Crosser 2023 foi justamente apelidado de “mini Tour da Crosser”.
O percurso de um dia por estradas de terra e caminhos alternativos não foi longo, mas bastante representativo em relação aos atributos off road da motocicleta .
Nos poucos quilômetros de asfalto, relembramos as suas qualidades de excelente estabilidade em estradas sinuosas e a menor adequação em auto-estradas, nas quais é sempre necessário “suar a camisa” para enfrentar veículos de grande porte em velocidade de cruzeiro. Melhor ficar em estradas secundárias.
Não será necessário repetir aqui todas as proezas que a Yamaha XTZ 150 Crosser 2023 pôde cumprir, já que o percurso foi bem mais suave do que aquele de uma semana, anos antes, com a versão 2018, antes de ganhar o sistema ABS no freio dianteiro.
Leia Também
Leia Também
Mas foi suficiente para mostrar a outros jornalistas/motociclistas que participaram deste ride que a motoquinha é realmente valente. E funcionou, pois, como eu já havia mencionado, é preciso conhecer para gostar. E respeitar.
O que eu poderia adicionar em relação a esta aventura é justamente sobre ABS dianteiro , que atuou com perfeição nos longos declives de terra, às vezes molhada, durante os caminhos. Nada mais confortador do que saber que podemos frear com segurança sem travar a roda dianteira, já que a traseira, com freio a disco sem ABS, trava com facilidade nessas situações.
As novidades da Yamaha XTZ 150 Crosser para a versão 2023 não são muitas, mas, suficientes para renovar o espírito atual do modelo e fazer com que muitos usuários queiram se atualizar.
O item mais marcante é o novo farol de led do tipo canhão, que é rodeado por leds que formam a luz diurna de posição. O resultado é um visual mais agressivo e, certamente, uma iluminação mais efetiva no uso noturno. A lanterna traseira agora também é de led.
Outro item renovado na Crosser 2023 é o painel de instrumentos, agora 100% digital, abandonando aquele grande e belo conta-giros circular e analógico. Para completar a funcionalidade, a Crosser tem, agora, um ponto de energia 12 volts no painel, permitindo àqueles que utilizam um telefone celular preso ao guidão, para auxiliar com mapas digitais , carreguem seus aparelhos sem precisar fazer gambiarras desde algum ponto de energia mais próximo.
Reafirmando o pacote de “coisas boas” que a Yamaha XTZ 150 Crosser traz consigo, além de uma excelente versatilidade urbana, é a facilidade com que podemos enfrentar os desafios dos caminhos , em especial os de terra. É isso que faz com que seus usuários, mesmo sem grandes afinidades com o fora de estrada, adquiram a confiança necessária em saber que vencerá os obstáculos.
Para melhorar ainda mais o uso no off road , as borrachas das pedaleiras do piloto podem ser retiradas e recolocadas a qualquer momento. Sem elas, a pedaleira é de ferro serrilhado, fornecendo maior aderência para as botas.
As duas versões da Yamaha XTZ 150 Crosser continuam, a S, com para- lama dianteiro baixo e motor parcialmente pintado de preto, custando R$ 16.590 e disponível nas cores vermelha e preta, e a Z, com o para-lama dianteiro alto, custando R$ 16.790, nas cores amarela e azul. Para o Estado de São Paulo, há um acréscimo de R$ 570 nos valores sugeridos pelo fabricante.