Veículos pesados são 5% da frota, mas incidem 47% dos acidentes fatais
Apesar de os veículos pesados (ônibus e caminhões) representarem apenas 5% da frota total brasileira, eles respondem por 47% das mortes e por 31% dos feridos graves nas rodovias federais brasileiras.
Só como exemplo, em 2021, os ônibus e caminhões mataram 2.853 pessoas e deixaram outras 5.453 gravemente feridas nas rodovias federais brasileiras, segundo dados do Anuário Estatístico da Polícia Rodoviária Federal.
De olho nesse agravante, é preciso urgência de investir em políticas públicas voltadas a esses motoristas profissionais cujo transporte rodoviário está entre as cinco atividades com maior número de mortes por acidente de trabalho no Brasil.
“A categoria dos motoristas rodoviários se submete a graves riscos em virtude da natureza do trabalho e das particularidades das suas condições de trabalho”, comenta o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) , Alysson Coimbra.
Segundo o diretor da Ammetra , reduzir os sinistros e mortes dessa categoria requer ações interinstitucionais capazes de promover a segurança viária por meio do cumprimento de medidas que já existem em lei.
Coimbra reforça a necessidade de criar políticas públicas específicas para motoristas profissionais que contemplem o acompanhamento de saúde de forma descentralizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ações que garantam a melhoria das condições de trabalho.
“Não dá mais para negligenciar um modal responsável po r 61% do transporte de cargas no Brasil cujos gastos podem representar até 7% do PIB nacional”, afirma Coimbra.