Mercedes SLC: conheça a história da versão fechada do roadster SL
Surgido a partir dos circuitos internacionais de longa duração como as 24 Horas de Le Mans, Mille Miglia e Carrera Panamericana, os superesportivos das décadas de 30 e 40 sempre encantaram os amantes da velocidade.
Com base nessa filosofia surgiram diversos concorrentes europeus como a alemã Daimler-Benz AG , fundada pelos sócios Gottlieb Daimler e Karl Benz, em 1926.
E para ilustrar o papel da casa germânica no mundo dos carros esportivos, o representante Mercedes-Benz SL é o que pode ser definido como o melhor dos melhores.
O Mercedes-Benz SL (Sport Leicht, ou traduzido do alemão, Esporte Leve ) surgiu no princípio dos anos 1950 com o objetivo de competir nas pistas com rivais como Ferrari, Porsche, Jaguar, Aston Martin , entre outros.
O primeiro modelo foi um 300 SL de 3,0 litros , com sistema de abertura das portas para cima, ficando conhecido mundialmente como ‘Gull Wing’ ou ‘Asa de Gaivota’. Além dele, havia também a 190 SL , introduzida em 1955, uma alternativa atraente e mais acessível ao exclusivo Mercedes-Benz 300 SL, compartilhando seu estilo básico, engenharia, detalhamento e suspensão totalmente independente.
A produção de 300 SL e 190 SL terminou em 1963 com a introdução do W113 que se diferenciava pelas linhas mais retas, a exemplo do teto côncavo, que ganhou o apelido de ‘Pagoda’, em alusão aos templos orientais e se referindo diretamente ao desenho do teto removível do carro.
E para continuar a saga dos esportivos avançando na década de 1970 apareceria o novo SL , na versão Roadster e Coupé , designadas pelas siglas SL e SLC , respectivamente. Vinha nas versões 280, 300, 350, 380, 420, 450, 500 e 560, e eram equipados com motores de seis cilindros em linha de 185 cv e os V8 com sistemas de injeção eletrônica e K-Jetronic (mecânica) com potências que começavam em 200 cv indo até incríveis 242 cv.
A 450 SLC ou C107
A produção do Mercedes da série SLC ou projeto C 107 (‘C’ de Coupé e ‘107’ da numeração do projeto ) foi iniciado em 1971 no Salão do Automóvel de Paris e foi um dos modelos de maior êxito comercial da casa germânica. Graças às suas linhas ímpares e clássicas, o C107 foi um dos maiores ícones de status e prestígio dos anos 1970.
Os modelos SLC (Coupé) produzidos em 1971 e lançados em 1972 e mantiveram praticamente a mesma linha dos SL , mas em uma versão de teto rígido 2+2 e chassi alongado em 36 cm para acomodar dois passageiros no banco traseiro.
Nos continentes europeus, o motor 4.5 apareceu somente em 1973, tanto nas configurações conversível quanto na cupê, com a diferença de ser uma unidade de alta compressão e que, livre de quaisquer equipamento antipoluição, desenvolvia 225 cv.
Na gestão dos SL, a casa de Stuttgart também criou uma versão baseada no SLC , denominada de ‘ Rally’ que utilizava o mesmo motor da 450 SLC 5.0 , o M 117 de 5 litros com bloco de alumínio, similar ao que equipava as versões 500 a partir de 1980.
Com a crise do petróleo, em 1975 a Mercedes-Benz lançava o 280 SLC equipado com o motor M110 de seis cilindros em linha, 2,8 litros e 185 cv. Todas as motorizações vinham equipadas com injeção eletrônica Bosch D-Jetronic até 1975 e a partir de 1976 com a versão K-Jetronic mecânica até 1985.
Todas as versões, exceto a 450 SLC de três marchas automática, eram disponíveis somente com transmissão automática de quatro marchas que podiam ter as opções de câmbio nos modos ‘Sport’ e ‘Economy’.
O recurso de suspensões dianteiro e traseiro adotado era similar ao dos modelos 250 C Coupé (W114) lançadas em 1968. Os freios eram a disco nas quatro rodas sendo que o sistema antitravamento ABS já era disponível a partir de 1978. Outro item opcional, a partir de 1974, era o piloto automático.
O SLC chegou ao fim de sua produção em 1981, muito antes do SL, com um total de vendas de 62.888 unidades desde o seu lançamento em 1971, e foi substituído pelos modelos SEC , que tinham como base os S-Class de tamanho normal de 1980.