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Jalapão, uma aventura inesquecível; confira galeria de imagens

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O primeiro dia da Expedição do Jalapão foi tranquilo, com obstáculos leves, alguns em trechos alagados
Arquivo pessoal

O primeiro dia da Expedição do Jalapão foi tranquilo, com obstáculos leves, alguns em trechos alagados

Alguém conhece o Jalapão? Só nome já impõe respeito. Como já antecipei na semana passada, o Royal Enfield EpicRide Jalapão 2022 consiste em um roteiro de 760 km percorrendo os caminhos agrestes dessa região, que, mais do que trechos de muita areia fofa, onde a pilotagem da motocicleta deve ser a mais técnica possível, tem a dificuldade aumentada por conta das grandes distâncias.

Eu não conhecia o estado do Tocantins , que foi criado em 1988, mas já havia passado por lá antes disso, quando seu território ainda pertencia ao estado de Goiás. No entanto, não havia nem chegado perto do Jalapão , que fica localizado bem ao norte do antigo estado, que foi dividido ao meio.

A aventura começou no município de Ponte Alta , considerado a porta de entrada do Jalapão, distante 180 km da capital Palmas. No primeiro dia, o roteiro consistia em rodar 90 km de terra até a Cachoeira da Fumaça , com uma parada no meio do caminho para um lanche na Pedra Furada, à beira do rio Soninho. A volta foi pelo mesmo caminho até Ponte Alta.

Esse primeiro trecho foi tranquilo , com obstáculos menores mas que deram uma prévia do que viria no segundo dia, o mais desafiador e que fez com que alguns colegas abrissem mão da pilotagem nesse dia. Eu fui um deles, sempre pensando que alguns quilômetros brigando com a motocicleta no areião poderiam exigir demais de minhas forças, principalmente após uma ou duas quedas, o que poderia mesmo acontecer.

Mesmo assim, ao fim do caminho de terra do primeiro dia, o entardecer nos impôs uma dificuldade adicional, que era o sol poente diretamente na altura dos olhos.

Em uma estrada asfaltada essa situação não chega a ser um problema, mas na terra, a poeira e a sombra da vegetação que pinta o caminho de faixas claras e escuras, escondendo os obstáculos, muitas vezes nos obriga a alguns metros de pilotagem às cegas.

Essa situação me pregou uma peça: subindo um areião em curva, o sol bateu nos meus olhos e eu não vi mais o caminho. Resolvi dar uma parada e esperar a poeira baixar, mas antes disso acertei em cheio uma vala na lateral da estrada.

Com a moto no chão, esperei o primeiro piloto chegar para me ajudar a levantá-la. Nessa situação, essa é a melhor atitude, já que levantar a moto sozinho por algumas vezes pode cansar bastante. Mas foi apenas essa vez.

No segundo dia, saímos de Ponte alta em direção ao município de Mateiros, distante 190 km e com longos trechos de areia muito fofa. Nesse dia eu acompanhei de carro, que ficava mais para trás, mas, no pior pedaço, encontramos os valentes pilotos daquele dia (os mais jovens e destemidos) atolados até os eixos no areião. Ajudei um aqui, outro ali, até empurrei uma motocicleta até sair da subida de areia. Depois voltei para o carro e concluí o dia nele.

A primeira parada turística do dia me deixou boquiaberto. O cânion do Sussuapara consiste em um paredão de rocha que desce muitos metros abaixo do nível da estrada, com um rio subterrâneo formado pela água que escorre pelas pedras. Muito colorido, algo que eu jamais havia visto.

As pousadas escolhidas pela organização não poderiam ser melhores, tornaram-se verdadeiros refúgios para pilotos cansados . O dia seguinte, o terceiro, seria o mais tranquilo e gostoso, pois a pilotagem terminou no município de São Félix na hora do almoço, depois de apenas 110 km.

Aguardando o pelotão para voltar ao asfalto, em um belo pôr do sol no Jalapão
Arquivo pessoal

Aguardando o pelotão para voltar ao asfalto, em um belo pôr do sol no Jalapão

Nesse local conheci outra maravilha, os fervedouros . São piscinas quase naturais de cerca de 15 metros de diâmetro cujas águas afloram por um orifício, esse sim natural, ao fundo. Nadei em dois deles. Logo após, mergulhamos no rio Novo e nadamos correnteza abaixo (o ponto alto do dia) até a praia do Alecrim , para um churrasco que durou até o fim da tarde.

A pousada estava bem próxima. Nossos organizadores e guias, além de motociclistas de primeira , eram também churrasqueiros de primeira. Inesquecível.

O quarto e último dia de aventura tinha um primeiro e longo trecho no fora de estrada, que eu considerei como os melhores visuais do Jalapão , e um pouco de asfalto no final, até o município de Taquaruçu.

Foi nesse caminho de terra que vi a Serra da Catedral , que tem esse nome porque parece mesmo uma igreja, e percorri caminhos que estavam mais para trilhas do que para estradas de terra, abrindo e fechando porteiras e lembrando da música de Sérgio Reis. Foram 280 km no total , com uma parada para almoço no Poço Encantado.

Ao final, a última pousada, que mais parecia um hotel de muitas estrelas. Piscina, bom papo e preparação psicológica para, no dia seguinte, pegar o vôo de volta em Palmas para a civilização. Civilização? Quero voltar pro Jalapão!

Fonte: IG CARROS

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