Andamos na nova Royal Enfield Meteor 350 na estrada
Se você estava esperando uma nova Royal Enfield com visual contemporâneo, pode esperar um tantinho mais. Ou muito mais. Assim como eu, os admiradores dessa marca originalmente inglesa e agora, mais do que nunca, indiana, curtem mesmo é o visual retrô que têm os seus modelos.
Só que, mais do que uma motocicleta antiga , que fornece prazer de pilotagem em curtos passeios e eventos específicos, as novas Royal estão aí para oferecerem total experiência de pilotagem. Dentro de suas limitações de estilo e cilindrada, obviamente.
A Royal Enfield Meteor 350 foi uma boa surpresa. Não dá para adivinhar como realmente será uma nova motocicleta até experimentá-la, mesmo analisando antecipadamente seus atributos, como tamanho, peso, ou potência.
A Meteor não é uma naked , muito menos uma esportiva, mas sim uma cruiser , estilo que mescla leves características street com algumas custom, como, por exemplo, o banco rebaixado, para máximo controle da moto parada ou em manobras, ou as pedaleiras avançadas.
Bastante ágil e versátil, a Royal Enfield Meteor 350 atende bem tanto a quem quer uma motocicleta urbana quanto aqueles que gostam de pegar uma estrada. O navegador Tripper , uma surpresa para uma motocicleta dessa categoria, é um grande indicador da sua aptidão para viagens.
A experiência de pilotagem começa com a motocicleta ainda estática. Bem bonitinha, para quem curte o estilo retrô. Ao assumir o guidão, a posição de pilotagem se mostra bastante confortável, o que é confirmado depois de alguns, e depois de muitos, quilômetros rodados.
Com motor monocilíndrico subquadrado de 349 cm 3 (pistão de longo curso, 85,8 mm, e pequeno diâmetro, 72 mm), a prioridade é o torque em baixas rotações, que chega a 2,8 kgfm a 4.000 rpm, com a potência atingindo 20,2 cv a 6.100 rpm. Não se pode esperar desempenho de esportiva ou de grande cilindrada, mas é possível cobrir grandes distâncias com velocidades de cruzeiro razoáveis, principalmente por estradas secundárias.
A respostas de aceleracão , freios e suspensões são compatíveis com a proposta da motocicleta, destacando-se, com louvor, a precisão e a suavidade do câmbio de cinco marchas. Com relações essencialmente longas mas bem escalonadas, o acionamento conta ainda com o contra-pedal, para subir marchas com o calcanhar do pé esquerdo.
Esse simples dispositivo se mostra bastante oportuno, já que a posição cruiser , com as pedaleiras avançadas, torna a mudança ascendente de marchas mais confortável dessa forma.
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Usando o contra-pedal do câmbio, nota-se que é preciso um pouco de atenção até acostuma-se com as trocas, já que as motocicletas que geralmente vêm esse dispositivo têm o câmbio invertido , com as marchas ascendentes “para baixo” (ex., Honda Biz e Yamaha Crypton).
A adoção de um sistema simplificado de navegação por GPS parece ser um bom atrativo para a Royal Enfield Meteor 350 , pois ajuda em caminhos desconhecidos.
A proposta é auxiliar o percurso sem grandes complicações: pareando por Bluetooth com um spartphone previamente dotado de um aplicativo específico da Royal Enfield baseado no Google Maps , o Tripper mostra o caminho com setas simples que vão avisando da aproximação de uma curva, por exemplo, usando a visão periférica do piloto. Assim ele não tira a atenção da pilotagem. Quando não está no modo Tripper , o pequeno painel de TFT mostra um relógio de horas digital.
A tecnologia da Royal Enfield Meteor 350 é complementada por um relógio circular com velocímetro analógico, cujo miolo central tem um display de LCD com algumas informações básicas, alternadas por um botão no punho esquerdo do guidão. No punho direito há um ponto de energia USB. O farol redondo tem lâmpada halógena mas é circundado por um filete de leds, assim como a lanterna traseira em formato bastante vintage.
Com apenas uma concepção básica, a Royal Enfield Meteor 350 será vendida em três versões, com poucas diferenças entre si. A de entrada, custando R$ 17.990, é a Fireball , reconhecida pela pintura do tanque nas cores vermelha ou amarela, com o logotipo Royal Enfield aplicado em letras de alto relevo (uma solução bastante elegante, por sinal), e os filetes na mesma cor do tanque nas rodas. Todos os acabamentos dessa versão são pretos, inclusive laterais, para-lamas, guidão, espelhos e escapamento.
A versão intermediária da Royal Enfield Meteor 350 é a Stellar , que difere à primeira olhada da anterior pelo sissy-bar (pequeno encosto para o garupa). Mas há outras diferenças, como a pintura metálica, nas cores azul e vermelha, e preto fosco, com os emblemas metálicos aplicados no tanque.
Nessa versão, os para-lamas e as laterais têm a mesma cor do tanque e o escapamento e os espelhos são cromados. A Royal Enfield Meteor 350 Stellar custa R$ 500 a mais. A versão mais equipada da Royal Enfield Meteor 350 é a Supernova ,cujo para-brisa se destaca visualmente. Tem mais alguns detalhes cromados a mais do que a versão intermediária e as rodas pretas têm acabamento polido nos raios, chamadas de rodas diamantadas.
Nas cores azul e marrom, tanque e laterais têm um filete preto na parte inferior. Os para-lamas são pretos e o banco tem um acabamento especial. Para essa versão, soma-se mais R$ 500 em relação à anterior.
De acordo com o fabricante, será possível equipar uma Royal Enfield Meteor de uma versão com itens de outra versão, que poderão ser adquiridas individualmente na concessionária.
Há ainda uma linha de acessórios originais, como um para-brisa menor, na cor preta, protetores de motor e de carter, pedaleiras de luxo e alforje lateral de plástico. Uma Royal Enfield Meteor 350 já foi solicitada para uma avaliação mais detalhada, em especial sobre o funcionamento do navegador Tripper.