Anfavea atualiza previsões para o setor automotivo em 2022
O ano de 2021 seguiu desafiador para a indústria e para o mercado. Apesar da escassez de componentes, volatilidade do dólar, eventos relacionados à pandemia que obrigaram fábricas a interromper suas atividades e o encarecimento dos custos de produção.
Ainda assim observamos muitas empresas apostando na chegada de novas tecnologias, na continuidade dos projetos ESG (meio ambiente, sociedade e governança) e do aperfeiçoamento dos itens de segurança automotivos.
Neste sentido, “políticas ESG e o aumento dos lançamentos dos eletrificados aumentam a expectativa para a chegada dos carros elétricos no Brasil a cada ano que passa”, afirma o presidente da Anfavea , Luiz Carlos Moraes .
A Anfavea disse, também, que não vê intenção de adiamento da chegada dos novos itens obrigatórios de segurança, apesar das dificuldades impostas pela pandemia. Segundo ele, “há um cronograma no Rota 2030 para os novos equipamentos e ele será seguido. Isso pode vir a impactar os preços dos carros, mas dependerá das estratégias que as montadoras irão adotar em 2022”, complementa.
O aumento expressivo do ticket médio do mercado em 2021, decorrente dos impactos na oferta e aumento dos custos, também deverá prosseguir em 2022. Segundo levantamento da entidade, forte evidência disso foi o total de 42,7% de participação de SUVs no acumulado de vendas em 2021, segmento de valor de mercado superior à média. Ou seja, a cada dez carros emplacados, mais de quatro deles foram SUVs.
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Em 2022, a falta de matéria prima , em decorrência da pandemia, ainda é um problema.
“Como a demanda está muito maior do que a oferta de chips (necessários para que os carros sejam fabricados), esse gap vai continuar existindo em 2022 e 2023, ainda que a tendência seja de reversão — devido ao aumento da produção desses chips, em decorrência do aumento dos investimentos. Quanto à falta de carros, ainda no primeiro semestre vamos conseguir reduzir as filas, boa parte delas compostas por locadoras”, afirma Moraes.
Importante salientar a dependência que toda a indústria automotiva tem com a economia do Brasil e do mundo. Conforme Luiz Carlos, aumentos de preços no exterior também ocorreram. Além disso, tudo o que impacta a força da moeda e a renda do brasileiro, sempre serão os fatores mais decisivos para o desempenho do setor.
“Apesar da confusão na produção, das paradas e tudo mais, conseguimos manter os níveis de emprego, quando comparamos 2021 com 2020. O crescimento do desemprego vai depender da força da retomada econômica do Brasil. Para você ter aumento de emprego, precisa de volume maior. Infelizmente, dependemos do desempenho da economia. Precisamos da retomada da economia , de forma mais robusta”, segundo Luiz.