Caoa Chery aposta em mais SUVs e quer os órfãos do EcoSport
Dois por cento do mercado brasileiro. Este é o objetivo da Caoa Chery , que atualmente detém 1,03% do share , para o ano de 2021. A fabricante chinesa controlada no Brasil pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade obteve bons resultados no ano anterior – com o emplacamento de 20 mil veículos – e está disposta a fazer as vendas crescerem ainda mais.
Desde que o Grupo Caoa assumiu as operações, em dezembro de 2017, o número de concessionárias da Chery no Brasil subiu de 23 para 115. Até o fim do ano, a fabricante prevê a abertura de mais 35 lojas, elevando o número final para 150. Esta história se deve, principalmente, ao extenso catálogo de SUVs .
“Quando as fabricantes chinesas começaram a investir no Brasil, seus produtos tinham a proposta de serem simples e baratos. Mas o mercado evoluiu bastante desde então. Passou o tempo dos preços mais baixos”, avalia Marcio Alfonso, CEO da Caoa Chery .
Antes de chegar ao grupo, o executivo teve passagem pela Ford , onde coordenou o desenvolvimento do primeiro SUV compacto produzido no Brasil, o EcoSport , em 2003. Dezoito anos depois, o modelo foi descontinuado com o fechamento de todas as fábricas da Ford no Brasil , e a Chery busca a captação de antigos clientes para seus produtos.
“O consumidor brasileiro moderno quer tecnologia, conteúdo e design. Por isso, estamos ampliando nossa gama de ofertas com novos lançamentos”, diz o executivo.
A partir de junho, o catálogo de SUVs da Chery no Brasil será composto da seguinte forma: O Tiggo 2 continuará em linha em Jacareí (SP) como utilitário esportivo de entrada. Acima dele, a Chery contará com o novo Tiggo 3X , feito na mesma unidade de produção, com o objetivo de atender um público mais abastado. No mix de produção, cada modelo corresponde a 40% de todos os automóveis produzidos na fábrica, sendo que os outros 20% pertencem ao sedã Arrizo5 .
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Os outros três SUVs que completam o catálogo são produzidos em Anápolis (GO). O Tiggo 5X é o carro-chefe da marca no Brasil, com o emplacamento de 8,7 mil unidades em 2020, superando VW Tiguan, Chevrolet Equinox e Toyota RAV4. Os modelos Tiggo 7 e Tiggo 8 , segundo Marcio Alfonso, foram os grandes “divisores de águas” para a Caoa Chery no Brasil.
“Divisor de águas” da Caoa Chery
“Pelo nível de tecnologia embarcada e status de veículo de luxo, o Tiggo 8 atraiu muitas pessoas para as concessionárias. Mesmo aqueles que não tinham R$ 169.990 para comprar, mas que acabaram se interessando pelos modelos mais baratos”, diz o CEO. Na linha de Anápolis, o Tiggo 5X detém 40% do mix de produção, enquanto os outros 60% são divididos entre os modelos Tiggo 7 e 8 .
Com um catálogo tão grande, os executivos da marca estimam que alguns produtos podem “canibalizar” outros. Este é o caso do Tiggo 3X , que ainda não teve seu valor oficial anunciado, mas que deverá ficar na mesma faixa de preço das versões de entrada do Tiggo 5X . O mais importante, segundo eles, é ter opções que possam manter o cliente na marca Chery .
Futuros lançamentos
O Chery Tiggo 3X será o único lançamento da Caoa Chery para o Brasil em 2021. A fabricante antecipa que o modelo inaugura a nova linguagem de design que será integrada aos poucos em outros veículos da linha, mas não há previsão para atualizações neste ano.
A Caoa Chery encerrou 2020 na décima primeira colocação no ranking geral, segundo a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), superando marcas tradicionais como Peugeot , Citroën e Mitsubishi.