Jaguar XJ: o clássico sedã que mantém a tradição britânica
Talvez a única explicação de uma das séries mais famosas da Jaguar, a XJ , ser considerada um legítimo representante britânico se deve ao fato de seu lançamento ter ocorrido alguns anos após a fundação da fábrica inglesa, ocorrida em 1962.
Apresentado durante o salão British Motor Show , na Inglaterra, em 26 de setembro de 1968, o XJ alia o requinte a tradição de suas linhas clássicas que são inspiradas até nos modelos atuais.
Projetado pelo Sir Willian Lyons, o Jaguar XJ6 foi considerado um dos mais belos sedãs da época. Os adereços cromados, uma tendência forte muito utilizada pela grande maioria das montadoras, prevalecia em todo o conjunto da carroceria de três volumes bem definidos.
Medindo exatos 4,81m de comprimento, o sedã comportava com muito conforto quatro ocupantes no melhor do estilo britânico. Falando no conforto, internamente o couro Connoly com a combinação da madeira de raiz de nogueira, uma tradição dos carros ingleses, era demasiadamente equilibrado, feito por artesãos altamente qualificados, detalhe este que faz ser um carro único e exclusivo.
No centro do painel de instrumentos, abrigava velocímetro e conta-giros, nada além do essencial e ao lado, localizado estrategicamente, estavam o manômetro de óleo e voltímetro e demais instrumentos menos relevantes.
A visibilidade era um ponto forte dos XJ, levando em consideração a grande área envidraçada do para-brisa. Para manobrar este Jaguar, o motorista não precisava ser um ‘expert’ nas balizas, graças a traseira baixa e abaulada facilitando a visão dos pontos cegos.
Mesmo não tendo o desenho dos modelos mais antigos da Jaguar , como por exemplo os SS1, C-Type, D-Type das décadas de 30 a 50, os XJ – mesmo após o seu lançamento – já eram considerados verdadeiros clássicos da indústria automobilísticas.
A grande característica dos clássicos da marca britânica é a sua tradicional grade cromada ladeada pelos duplos faróis circulares nos modelos XJ .
Logo abaixo dos faróis encontravam pequenas entradas de ar meramente funcionais para ajudar na refrigeração, além dos piscas que se localizavam abaixo destes.
Na traseira, as lanternas semelhantes às formas de um trapézio formam um conjunto geometricamente harmonioso, combinando com o resto da carroceria. Um detalhe curioso dos modelos XJ eram os dois bocais de combustível que ficavam próximos sobre a tampa do porta-malas, sendo que cada tanque comportada até 52,5 litros .
Os para-choques traseiros cromados, assim como os frontais, possuíam um par de garras, realçando a bela traseira dos XJ. Na lateral, o destaque ficava por conta pela coluna ‘B’ (janelas frontais e traseiras) formando uma curvatura, dispensando assim aquele estilo sisudo, dos comportados sedãs como BMW e Mercedes-Benz da época.
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A lateral era ausentada de frisos denotando um ar mais limpo ao modelo e ao mesmo tempo nostálgico em relação aos modelos anteriores da casa britânica.
O motor do XJ era o mesmo utilizado nos esportivos Jaguar XK
Assim como os superesportivos da Jaguar, os XK , o sedã XJ utilizava um seis cilindros em linha de 2.792 cm³ alimentado por dois carburadores horizontais SU e virabrequim de sete mancais, cabeçote de alumínio e duplo comando no cabeçote.
A sua potência era de 149 cv e seu torque ficava entre 25,1 kgfm a 3750 rpm. Toda esta receita da engenharia britânica fazia com que o XJ atingisse a velocidade final de 180 km/h cravando a marca de apenas 11 segundos, na prova do 0 a 100 km/h, números consideráveis para a época, ainda mais compensado pelo seu peso de 1.630 Kg.
Além desta unidade, também estava disponível um de 4.235cm³ herdado do Mk X 420 , que desenvolvia bons 186 cv e o torque era de 39,2 kgfm a 3750 rpm.
Tanto a versão mais simples, quanto a 4.2, de desempenho superior contavam com a exclusiva caixa de relações longas, com sobremarcha , sistema este que mantinha a velocidade em menor rotação economizando assim mais combustível.
No caso do Jaguar era o 4+E, ou seja, quatro marchas mais sobremarcha. A alavanca era posicionada no assoalho, e possuía uma boa ergonomia. A tração era traseira, como era na maioria dos carros da época de mais desempenho.
Quanto a sua construção, era montado sobre chassis/carroceria do tipo monobloco diminuindo assim o seu peso. As suspensões dianteira e traseira eram montadas em subchassis e independentes.
As rodas eram de aro 15 e calçavam pneus nas medidas E70 VR 15 e possuíam freios a disco nas quatro rodas. Com tudo isso, o XJ6 era super estável nas curvas e as longas viagem eram encaradas com muito conforto.
Os cinco ocupantes que ocupavam as “poltronas” a bordo do Jaguar não tinham do que se queixar, graças ao emprego dos melhores materiais.
A versão mais brava XJ12
Apesar do sucesso do XJ6, a Jaguar resolveu lançar em 1972 o cobiçado XJ12 que conforme o nome denunciava, possuía 12 cilindros em forma de V que garantia força extra de mais 64 cv em comparação à versão de seis cilindros.
Mas antes a marca ainda lançaria o Daimler de 1969, não menos interessante que a primeira. Ainda tinha a mais sofisticada Sovereign , que possuía alguns detalhes de acabamento.
A fase I do Jaguar duraria até a primeiro semestre de 1973 quando logo depois viria um novo XJ, com algumas atualizações.