Jeep Commander: SUV se mostra apenas um degrau acima do Compass
A expectativa era grande de avaliar o Jeep Commander, o SUV mais sofisticado da marca fabricado no Brasil. Logo ao entrar no carro, ficou uma boa impressão pela boa qualidade de acabamento, com revestimento aveludado no painel e bancos um pouco mais largos que os do Compass.
Mas, depois dos primeiros quilômetros ao volante da versão Overland T270 (R$ 235.575), ficou claro que precisava ir devagar com o andor e prestar bem atenção aos detalhes.
Pois é, apesar de vir com interior mais caprichado, o Commander vem com vários itens do Compass , o que acaba sendo frustrante, de certa forma. Itens como volante, central multimídia, comandos do sistema de climatização, entre outros itens, são comuns nos dois SUVs da Jeep . O que muda é apenas é um cuidado extra no acabamento, notado pelas costura dos bancos e no revestimento das laterais das portas e do painel.
Além disso, ainda na comparação com o Compass , o Commander tem 15,8 cm a mais de entre-eixos, o que acaba contribuindo com o espaço para as pernas dos que vão sentados nos bancos da fileira intermediária. Bom também é que, sem usar os dois assentos traseiros, o porta-malas chega nos 661 litros de capacidade, ante 410 litros do Compass. Porém, os equipamentos disponíveis em ambos são os mesmos.
Na versão Overland , afora internet a bordo, GPS integrado, teto solar panorâmico, controles de diversas funções por aplicativo do celular, sistema de som de alta-fidelidade Harman Kardon, ajustes elétricos dos bancos dianteiros, acionamento elétrico da tampa traseira, entre diversos outros itens, o Commander conta com várias assistências de condução. Até demais, o que acaba levando a acessar o sistema para desativar algumas.
Sim, é muito aviso ao mesmo tempo…Imagine andar pelas vias da capital paulista, infestadas de radares. Cada um que se aproxima soa um alarme. Ao mesmo tempo, aparece o limite de velocidade da via, que nem sempre é o real. Também há alertas de colisão iminente, mudança indevida de faixa e de veículos no ponto cego. De qualquer forma, para quem gosta de dirigir monitorado o tempo todo, está tudo lá.
O que não vai agradar muito é a certa falta de fôlego em baixas rotações, resultado da relação entre peso e torque que não está entre as mais favoráveis (62,4 kg/kgfm, ante 57,8 kg/kgfm do Caoa Chery Tiggo 8 , um dos principais rivais do Commander). São 27,5 kgfm a 1.750 rpm, que não foi o suficiente para boa agilidade nas primeiras marcações do contagiros. Se precisar ser rápido, terá que pisar mais forte no acelerador.
O câmbio automático de seis marchas (Aisin) do Jeep de 7 lugares se mostrou um pouco hesitante entre as trocas, o que levou a acionar o comando sequencial para acabar com isso em algumas situações, como nas ultrapassagens.
Em compensação, o isolamento acústico é bom, bem como o conforto a bordo, com uma suspensão que aborve bem as irregularidades do piso. Não tivemos como avaliar o carro em trechos de terra, já que o empréstimo da unidade da frota de imprensa foi mais curto do que de costume. Então, vamos aguardar pela versão a diesel, que deve ter mais força e disposição.
O vão livre do solo de 20,8 cm e os ângulos e de entrada (21,1°) e saída (22,2°) não impressionam, mas se mostram adequados à proposta do carro. O sistema de tração não tem nenhuma diferença na comparação com o do Compass , que altera a tração entre os eixos conforme as condições de aderência.
Quanto ao consumo, como estamos falando de um SUV com 1.715 kg, ante 1.600 kg do Tiggo8 . Com mais peso, o esforço do motor é maior, assim como o consumo. Mesmo assim, apenas com gasolina no tanque, ambos gastam praticamente mesma coisa, conforme o Inmetro (9,8 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada – 12 km/l no SUV da marca chinesa). No caso de usar etanol, o Jeep passa a fazer 6,9 km/l e 8,3 km/l, respectivamente, ainda de acordo com o Inmetro.
Com tanque de 61 litros, consegue-se uma autonomia teórica de 720 km na estrada, com gasolina, distância que sai para 506 km somente com etanol. Em trechos urbanos, também tomando como base as informações do Inmetro, o Jeep Commander roda 598 km com gasolina e 421 km com o combustível vegetal.
Conclusão
O Jeep Commander tem muito do Compass e nas versões 1.3 turboflex mostra que foi feito para famílias sem muita pressa por não ter uma das relações entre peso e torque das mais favoráveis. Porém, vem bem equipado, com acabamento caprichado e mais espaço interno, principalmente para quem for sentado na fileira intermediária. Na terceira, vão apenas crianças ou adultos de baixa estatura.
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Não é à toa que a versão turbodiesel tem sido a mais procurada, com uma boa fila de espera. Vamos aguardar pela avaliação, mas tudo indica a TD380 que será mais ágil que a turboflex, o que também vai nos encorajar a enfrentar trechos de terra.
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Ficha Técnica
Jeep Commander Overland T270
Preço: a partir de R$ 235.575
Motor: 1.3, quatro cilindros, turboflex
Potência: 185 cv (E) e 180 cv (G) a 5.750 rpm
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 235/50 R19
Dimensões: 4,80 m de comprimento, 1,86 m de largura, 1,68 m de altura e 2,79 m (entre-eixos
Tanque: 61 litros
Consumo: 9,8 km/l (cidade) /11,8 km/l (estrada) com gasolina e 6,9 km/l e 8,3 km/l com etanol, respectivamente