Jeep Compass 4xe: o novo SUV híbrido plug-in vale mesmo a pena?
Nada como um modelo híbrido plug-in para poder rodar por quilômetros e quilômetros sem preocupar muito, não é? Bem, era o que contava antes de fazer o teste do Jeep Compass 4xe, em cuja ficha técnica consta uma autonomia de 914 km em trechos rodoviários e de 871 km em urbanos.
Mas, em nossa breve ida e volta entre São Paulo e Vinhedo (SP), tivemos que recorrer duas vezes aos cada vez mais disputados carregadores para carros eletrificados para não ter que abastecer o pequeno tanque de 36 litros gasolina. Não resta dúvida de que estamos falando de um dos SUVs mais econômicos do mercado, mas que não correspondeu às grandes expectativas quando o assunto é autonomia.
Conforme o Inmetro, o Jeep Compass 4xe (R$ 349.990) é capaz de fazer 25,4 km/l na cidade e 24,2 km/l na estrada, mas para chegar a essas médias é preciso que as baterias estejam carregadas o suficiente para não ter que fazer o motor 1.3 turbo a combustão trabalhar mais, inclusive como gerador, para carregá-las. Isso não é lá muito fácil, já que a autonomia declarada apenas no modo elétrico é de apenas 44 km e, na prática, acabou ficando abaixo disso.
Então, se quiser mesmo economizar, é obrigatório dirigir pisando bem de leve no acelerador e sabendo bem onde irá encontrar um carregador ao longo do trajeto. Senão, terá que visitar os postos de gasolina com certa frequência, uma vez que o tanque do Compass híbrido é bem menor que o do fabricado em Goiana (PE). São 36 litros do 4xe ante 60 do movido apenas a combustão.
Agora, se não ligar para a questão do consumo e quiser aproveitar o desempenho dos dois motores trabalhando juntos, vai achar o Compass 4xe um dos SUVs mais interessantes que temos no Brasil.
O carro conta com 240 cv ao todo, somando os 180 cv do 1.3 turbo, a gasolina, com os 60 cv do elétrico, que traciona as rodas traseiras. Com todo o conjunto em pleno vapor, o SUV híbrido da Jeep pode acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,8 segundos, ante 9,4 s do Compass 1.3 turboflex.
Mas é bom não se empolgar muito nas curvas, uma vez que o centro de gravidade do Compass híbrido é maior que o flex (altura de 1,65 m ante 1,62 m) para proteger toda parafernália eletrônica que fica debaixo do carro, o que inclui as baterias e o motor elétrico. De qualquer forma, há vários dispositivos de segurança que ajudam a manter a boa estabilidade, além da tração integral.
Por falar em segurança, a lista de itens que procuram evitar um acidente é longa, com alertas de ponto cego, mudança indevida de faixa e de iminência de colisão frotal, além de sistema de frenagem de emergência , detector de fadiga, monitoramento da pressão dos pneus, chamada de assistência de emergência, câmera com visão de 360 graus, airbags laterais, frontais e de cortina, entre outros.
Equipamentos é que não faltam. Há também teto solar panorâmico, internet a bordo, sistema de som de alta fidelidade da Alpine com subwoofer no porta-malas, tampa traseira de acionamento elétrico, sistema de reconhecimento de placas, carregador de celular por indução, GPS embutido, faróis de acendimento automático, entre vários outros itens.
Afora um ou outro detalhe, o interior do Compass 4xe é igual ao das versões fabricadas no Brasil, com espaço para cinco ocupantes. No porta-malas vão 420 litros, o que é apenas razoável para o porte do carro, que vem com estepe temporário (aquele que roda até 80 km/h, mais estreito e com roda de aço) e um prático carregador portátil que pode ser ligado em qualquer tomada 110V ou 220V.
Conclusão
Para rodar tudo aquilo que diz o Inmetro a bordo do Jeep Compass 4xe é preciso ter sempre as baterias carregadas. Mas isso é praticamente impossível com a estrutura que temos nas estradas do Brasil para os carros eletrificados hoje em dia. Claro que o sistema híbrido vai carregá-las, mas isso acaba consumindo combustível e prejudicando a autonomia.
Com tanque bem menor do que o Compass convencional (24 litros a menos), motor 1.3 turbo que aceita apenas gasolina, além de custar R$ 182 mil a mais que a versão S, o híbrido 4xe acaba cumprindo apenas a função de modelo de imagem da Jeep.
O SUV híbrido parece que veio para mostrar que a marca está atenta ao segmento de eletrificados e irá ter mais novidades adiante. Sim, porque se for levar a relação entre custo e benefício, o SUV turboflex feito no Brasil continua mais vantajoso que o 4xe italiano.
Jeep Compass 4xe
Ficha Técnica
Preço: a partir de R$ 349.990
Motor: 1.3, quatro cilindros, gasolina
Potência: 180 cv a 5.750 rpm
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 235/45 R19
Dimensões: 4,42 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,64 m de altura e 2,64 m (entre-eixos
Tanque: 36 litros
Consumo: 24,2km/l (cidade) /25,4 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 6,8 s
Vel. Max: 206 km/h
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