Nissan detalha o desenvolvimento das células a combustível no Brasil
Uma das marcas mais focadas no desenvolvimento da tecnologia das células a combustível é a Nissan, tanto no Brasil, quanto no mundo. Desde 2016, a fabricante investe no projeto e-Bio Fuel Cell, que utiliza etanol ou uma mistura de etanol e água para alimentar a célula. De acordo com a empresa japonesa, a tecnologia poderá permitir ao carro elétrico obter uma autonomia de mais de 600 km, o que se iguala ao patamar dos elétricos com maior autonomia do Brasil.
A tecnologia funciona da seguinte forma: a energia é gerada na célula a combustível como resultado de uma reação química entre o hidrogênio transportado pelo veículo e o oxigênio do ar. Um conversor elétrico localizado abaixo da célula a combustível ajusta sua voltagem para a do motor elétrico, que alimenta o sistema.
A tecnologia tem potencial de longo prazo para complementar os motores de combustão interna, sistemas híbridos plug-in e veículos elétricos a bateria e poderá ser uma alternativa aos veículos elétricos a bateria.
Mas em que fase está o desenvolvimento da Nissan ? Será que em breve veremos carros com essa tecnologia nas ruas? Confira o nosso podcast com entrevista com o engenheiro-chefe da Nissan no Brasil, Ricardo Abe, e descubra.
A Nissan acredita que o desenvolvimento da tecnologia deverá ser complementar aos carros híbridos. Entretanto, por apresentar vantagens em potencial, surge até a hipótese de que os carros com célula de combustível sejam seus sucessores no futuro mais distante. A tecnologia ainda precisaria evoluir mais, para primeiro ser aplicada com sucesso em carros, antes da comercialização.
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Interessante é que, segundo Abe, a relação dessa novidade da engenharia com os carros elétricos, não ocorre de forma tão direta quando relacionamos aos híbridos. Na realidade, o que se observa é uma caminhada em paralelo.
Ao mesmo tempo em que os elétricos são (e continuarão sendo) imbatíveis em custo de manutenção e custo por km rodado, ainda enfrentam limitações quando a infraestrutura pública é insuficiente, principalmente quanto a disponibilidade de carregadores.
Além disso, existe a dicotomia entre o fato de serem os únicos com emissão zero de poluentes, mas, por outro lado, o descarte incorreto das suas baterias pode ser nocivo ao meio ambiente, bem como muitos países ainda geram energia elétrica de maneira “suja”; e isso é algo que não pode ser desvinculado da recarga dos carros elétricos.
Já os carros movido pelas células, tal como os híbridos, superam os carros a combustão em autonomia, algo que favorece a diminuição do custo por quilometragem. Além disso, não são reféns de carregadores, como os carros elétricos, já que necessitam de abastecimento convencional. De todo o modo, não promovem a queima do combustível, esta que é quem polui o ambiente.
A intenção é a de que, um dia, o desenvolvimento da nova tecnologia venha para expandir os limites da engenharia a patamares de eficiência maiores do que híbridos poderão atingir. Quem sabe se, assim, a indústria conseguirá unir o máximo possível de eficiência, com a menor quantidade possível de emissões, a custos acessíveis…?