Testamos o novo Honda City Hatch e comparamos com o Fit. Vale a troca?
A nova geração do Honda City tem algumas duras missões. A primeira é manter o apelo da marca no segmento dos sedãs médios, que já não tem mais o Civic nacional para disputar com o seu maior rival, Corolla. Quando falamos da variante testada, a hatchback topo de linha Touring (R$ 127.100), há o desafio de suceder a força que o Fit tinha com seu público cativo.
Com vendas programadas para se iniciarem em março, todas as versões (EXL e Touring) do Honda City hatch trazem a modularidade dos bancos, o botão de partida do motor, sistema de destravamento por proximidade da chave, ar-condicionado digital, nova central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem-fio e câmera de ré multivisão.
O silêncio na cabine também chama a atenção. Esta é a primeira geração do City a receber aplicação de espuma expansiva de poliuretano nas extremidades inferiores das coluna dianteira e central. Outra medida anti-ruído e vibração é a aplicação de material fono absorvente, com espessura variável na parte inferior do compartimento do motor.
Algo que ainda se prova “bom de briga” é o conjunto mecânico, composto pelo novo motor 1.5 de alumínio, de funcionamento mais suave e que funciona com câmbio automático do tipo CVT. Além disso, a carroceria ganha mais rigidez, o que contribui signifativamente para uma melhor dirigibilidade e mais segurança.
O City passa a ter todos os seus conjuntos mecânicos atualizados. Seu motor 1.5, aspirado, agora recebe injeção direta de combustível e dois comandos de válvulas no cabeçote, com recalibração do gerenciamento do variador de fase.
Isso resulta em 126 cv e 15,5 kgfm (gasolina e etanol). Segundo o Inmetro, o novo City hatch tem consumo na cidade de 9,1/13,3 km/l e (etanol/gasolina) e, na estrada, de 10,5/14,8 km/l, respectivamente.
O câmbio CVT também foi reconfigurado. Com simulação de sete marchas e hastes atrás do volante, chega com duas novidades: o Step-shift e o EDDB (Early Down-shift During Braking).
O primeiro atua sob condução esportiva. Com o acelerador pisado a fundo (kick-down), a central de gerenciamento eletrônico do câmbio CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, acentuando exatamente a sensação da mudança.
Já o EDDB se apresenta em situações de descida. Ao notar que o motorista está pisando no freio para conter o ganho de velocidade por conta da inclinação, o CVT assume uma relação que resulta em maior aplicação de freio-motor. A ação do EDDB é automática e amplia a segurança sem afetar o consumo.
Bem equipado
Os faróis são full LED , com luzes indicadoras de direção, fachos baixo e alto, DRL e faróis de neblina em LED. As demais versões contam com DRL de LED e bloco óptico principal com projetor.
As lanternas são as mesmas em todas as versões, com LED nas luzes de posição e de freio. As rodas são de liga leve , com aro de 16 polegadas, em todas as versões. Elas mesclam acabamento frontal diamantado e pintura na cor preta.
Quanto aos itens de segurança , a versão testada vem com pacote de tecnologias de segurança e assistência ao motorista. O recurso tem controle de cruzeiro adaptativo , além de sistemas de frenagem para mitigação de colisão, de assistência de permanência em faixa e para mitigação de evasão de pista, bem como ajuste automático de farol.
Como se não bastasse, ainda traz assistente de estabilidade e tração , assistente de partida em rampa, sistema de luzes de emergência, seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), estrutura de deformação progressiva ACE, ISOFIX, alerta de baixa pressão dos pneus, câmera de ré multivisão , assistente para redução de ponto cego, por meio de uma câmera no espelho retrovisor do lado do passageiro, entre outros.
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A paleta de cores é variada. Tem seis opções: Branco Tafetá (pintura sólida); Azul Cósmico, Prata Platinum e Cinza Barium (metálicas); e Branco Topázio e Preto Cristal (perolizadas). Exclusivamente na versão Touring , nas cores Branco Topázio, Cinza Barium e Azul Cósmico, o interior é em couro claro. Para as demais cores, o couro é preto.
Conclusão
Não é todo dia que vemos um carro de segmento mais em conta se alinhando em tecnologia e design com carros mais sofisticados. Apesar da grande aceitação que o Fit tinha e o choque inicial logo que saiu de linha, não há como argumentar que existe algo no antecessor que supere o novo City .
O segmento dos hatches tem sofrido perdas significativas nas vendas. Os SUVs não param de ganhar popularidade. Mas o que faz a Honda manter a estratégia, então? A resposta é uma forte aceitação de mercado. Nem sou eu quem afirmo isso. É só comparar a depreciação de um Honda com a média do mercado.
Como produto, a Honda soube exatamente o que fazer e, portanto, o carro será competitivo. Se a escolha da marca pelo nome “City” para a variante hatch (e não um “Novo Fit”) foi uma boa ideia, de fato, há quem possa questionar.
Ficha técnica
Honda City Touring :
Preço: R$ 127.100
Motor: 1.5 DOHC VTEC, flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha; injeção direta, 126 cv a 6.200 rpm, 15.8/15,5 kgfm a 4.600 rpm
Câmbio: CVT, sete marchas simuladas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 185/55 R16
Dimensões: comprimento, 454,9 cm; largura, 174,8 cm; altura, 147,7 cm; entre-eixos, 260 cm; peso, 1.160 kg; tanque, 44 l; porta-malas, 519 l