Carros elétricos estão cada vez mais presentes nas cidades brasileiras, segundo a ABVE, os modelos elétricos tiveram um crescimento de 19% no primeiro semestre deste ano, em relação ao ano passado.
As mudanças que os carros elétricos causam no mercado, vão além de uma simples substituição no “combustível” dos carros e na forma de condução. A revolução na mobilidade irá mexer também com a indústria do aço.
A Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), estimava em 2018, que a maioria das fabricantes teriam alguma plataforma de veículos elétricos até 2030.
Hoje, o cenário é ainda mais agressivo, com muitas fabricantes planejando oferecer apenas modelos 100% elétricos até a mesma data, principalmente na Europa, que possui leis de emissões mais rígidas e há debates para o fim da venda de veículos com motores a combustão no continente em 2035.
A popularização dos carros elétricos ao redor do planeta irá aumentar a demanda não só por energia elétrica, mas também por ligas de aço elétrico, aço de alta resistência e aço inoxidável .
Giovanni Marque da Costa, gerente de marketing da Açovisa, explica como a indústria automobilística vem se adaptando à nova necessidade de aço para a produção de carros elétricos, que precisam ser leves, para compensar o peso das baterias.
“Um grande exemplo é a migração de preferência do consumidor para carros hatch dos anos 2000 para cá. Hoje os hatch são maioria, mas nem por isso o setor siderúrgico perdeu.”
Além dos modelos hatch que dominaram o mercado brasileiro na virada do milênio, os SUVs vêm ganhando bastante destaque, e apesar de serem veículos mais altos, muitos tem dimensões próximas de hatches compactos e médios.
Estruturalmente, não há muita diferença entre carros elétricos e os convencionais, apenas as ligas metálicas utilizadas. No que remete ao aço, o diferença é que nos elétricos, busca-se criar uma plataforma estrutural cada vez mais leve, mas sem perder rigidez e segurança.
A utilização de aço de alto valor agregado é um dos fatores que encarecem o carro elétrico , já que essas ligas metálicas são compostas de materiais que não são encontrados facilmente.
Outro fator que eleva o preço dos veículos elétricos são as baterias , que são compostas de elementos químicos, que além de serem finitos, em alguns casos, sua extração custa caro, e esse valor é repassado nas baterias.
Entretanto, as fabricantes de veículos estão investindo cada vez mais na fabricação própria de baterias e em desenvolver novas tecnologias para baratear o componente e também armazenar mais energia.
Fonte: IG CARROS