Veja 5 fabricantes que devem dar a volta por cima no Brasil em 2021
A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou diretamente as operações da indústria automotiva em 2020. Fábricas fecharam, as importações ficaram mais caras e muitas pessoas perderam poder aquisitivo para comprar um automóvel novo. Ainda que o vírus continue rolando, a expectativa da indústria é que 2021 seja um ano melhor.
Partindo disso, a reportagem do iG Carros elege 5 fabricantes que não tiveram bons resultados em 2020, mas que devem dar a volta por cima em 2021. Acompanhe!
1 – JAC Motors
Em novembro de 2020, a Volkswagen tirou o escorpião do bolso e adquiriu 50% da JAC Motors na China por 1 bilhão de euros. A marca alemã está de olho nos bons resultados dos carros elétricos da fabricante chinesa, controlada no Brasil pelo empresário Sérgio Habib.
A eletrificação deverá exercer um papel importante na JAC do Brasil durante a próxima década. Em fevereiro de 2021, chegam as primeiras unidades do SUV 100% elétrico iEV60 , com o novo visual que já tem dedo da Volkswagen. O modelo deverá ficar na faixa dos R$ 230 mil.
O iEV60 terá motor elétrico capaz de desenvolver 150 cv de potência e 33,6 kgfm de torque, com bateria de 63 kWh. Segundo a fabricante, o SUV pode acelerar de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente em 150 km/h. Com uma carga completa, o iEV60 pode percorrer até 380 km.
Com foco em sustentabilidade e um empurrãozinho da gigante alemã na China, a JAC promete baratear os custos de produção para novos veículos elétricos. Ainda que o Brasil não tenha data para proibir as vendas de carros a combustão – como Reino Unido e Japão – a JAC se antecipa com a maior frota de eletrificados do país.
2 – Citroën
A Citroën nunca teve vida fácil no Brasil. Mas com o fortalecimento de sua presença em outros mercados emergentes e a fusão com o Grupo Fiat-Chrysler, a marca francesa finalmente poderá dar uma cartada estratégica por aqui.
A fabricante de Porto Real (RJ) tem uma estratégia chamada “Smart Car” para a nova década, invertendo a hierarquia com a Peugeot. Os novos produtos da Citroën compreendem um crossover compacto, um hatch e um sedã de baixo custo – e o primeiro deles já deu as caras em testes aqui no Brasil.
Trata-se do modelo que a imprensa indiana chama de ” C3 Sporty “. Com características de aventureiro, o novo crossover que chega para brigar principalmente com o VW Nivus ficará abaixo do C4 Cactus na linha de SUVs da marca, com preço que não deve passar de R$ 70 mil. A nova família da Citroën será produzida no Rio de Janeiro sobre a plataforma CMF, a mesma que equipa o irmão argentino Peugeot 208. O motor deverá ser o 1.6 aspirado do Grupo PSA, capaz de desenvolver 118 cv e 15,5 kgfm.
Uma reestilização para o C4 Cactus , seu modelo mais vendido no país, também é aguardada para meados do segundo semestre, sem alterar versões, equipamentos ou mecânica.
A Citroën também prometeu um novo SUV médio no mesmo patamar do Jeep Compass. O C5 Aircross virá ao Brasil em 2021 com motor 1.6 turbo de 165 cv de e 24,5 kgfm de torque a 1.400 rpm, sempre com câmbio automático de seis marchas, mas seu preço competitivo continua dependendo de uma estabilização do Real na comparação com as moedas internacionais.
3 – Nissan
A Nissan deu azar no Brasil. Pouco depois da inauguração de sua fábrica em Resende (RJ), em 2014, o país entrou em uma crise que apenas se agravou com o passar dos anos. De lá para cá, o dólar negociado em R$ 2,85 em meados de 2015 chegou a valer R$ 5,90 em 2020, elevando o preço de veículos que usam componentes importados, além dos próprios automóveis que não são produzidos no Brasil.
A virada da Nissan começará com a reestilização do Kicks , seu principal produto na América Latina. O modelo ainda não terá o novo sistema híbrido e-Power, que deverá ficar apenas para sua próxima geração. Logo, a marca deve manter o motor 1.6 aspirado capaz de desenvolver 114 cv e 15,5 kgfm de torque, com câmbio manual de cinco marchas ou automático do tipo CVT.
Outro modelo que deve chegar às concessionárias da Nissan em 2021 é o X-Trail , com motor 2.5 aspirado de 183 cv de potência e 25 kgfm de torque. O SUV médio virá recheado de equipamentos para disputar com o Jeep Compass, contando com sistema de frenagem de emergência, controle de cruzeiro adaptativo e assistente de mudança de faixa.
O SUV X-Trail ainda não tem data para chegar ao Brasil. Ele será importado do Complexo Industrial de Aguascalientes, no México, e será beneficiado pelo acordo de livre comércio entre os países.
A Nissan também tem interesse em vender a nova geração do Sentra no Brasil, mas sua importação dependerá de melhores condições de câmbio. O modelo mais vendido da China tem motor 2.0 aspirado de 151 cv a 6.000 rpm e 20,2 kgfm a 4.000 rpm, aliado ao câmbio do tipo CVT.
4 – Ford
A Ford passa por um duro processo de reestruturação no Brasil e no mundo. Ao longo dos últimos anos, a marca precisou fechar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), descontinuar a produção de modelos que não performaram bem em categorias de apelo e reatar a parceria com a Volkswagen para viabilizar o lançamento de novos produtos.
A nova estratégia da Ford terá foco no lançamento de SUVs e picapes em todo o mercado global, abandonando categorias que sejam pouco lucrativas. Ano passado, em meio à pandemia do novo coronavírus que atrapalhou todas as fabricantes, a Ford lançou o Territory no Brasil. Mas ainda há uma grande lacuna que será preenchida pelo Bronco Sport em 2021.
O Ford Bronco Sport tem 4,38 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,78 m de altura e 2,67 m de distância entre-eixos. Na comparação com o Jeep Compass nacional, que tem 4,41 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,63 m de altura e 2,63 m de entre-eixos, o Bronco é um pouco mais curto e alto.
A Ford disponibiliza duas opções de motorização para o Bronco Sport, ambas com tração integral. Os modelos básicos terão motor 1.5 Turbo EcoBoost, que desenvolve 183 cv de potência. Já as versões mais caras terão motor 2.0 Turbo EcoBoost de 247 cv de potência. Em ambos os cenários, o câmbio será automático de oito velocidades. O Bronco chega às concessionárias ainda no primeiro trimestre de 2021
5 – Honda
Apesar da pandemia, a Honda conseguiu manter sua posição como a nona maior fabricante de veículos do Brasil em 2020. O resultado repete o ano de 2019, quando a marca japonesa conquistou 4,80% do mercado nacional. Para 2021, o objetivo é ampliar a oferta de veículos e se aproximar da Toyota.
O grande produto da Honda para este ano será a nova geração do City , que terá uma inédita versão hatch. O modelo já estreou em mercados importantes para a marca, como Tailândia e Índia. O Brasil é o próximo país na fila, mantendo a produção local – dessa vez em Itirapina (SP) – para que o sedã compacto seja adaptado ao gosto tupiniquim.
Na Tailândia, o City conta com o primeiro motor 1.0 turbo de três cilindros da história da Honda, desenvolvendo 122 cv a 5.500 rpm e 17,6 kgfm entre 2.000 e 4.500 rpm. Esta será a base para o motor do novo Honda City nacional, que será mais veloz que o modelo tailandês por conta da adaptação para rodar no etanol. O câmbio também é do tipo continuamente variável, simulando 7 marchas.
O lançamento da versão hatchback marca a entrada da Honda no segmento mais badalado do Brasil. Apesar de algumas versões do Fit terem preços compatíveis com VW Polo, Chevrolet Onix e Fiat Argo, a Honda não entende que o monovolume é concorrente direto destes modelos.