5 motivos pelos quais cães e gatos não podem ser amigos
Animais de estimação são cada vez mais frequentes nos lares brasileiros e uma coisa é fato: quanto mais bichinhos você tem, mais quer ter. Dito isso, algumas pessoas podem ter vontade de ter cães e gatos no mesmo ambiente, mas não sabem se seria seguro ou não, por conta de alguns preconceitos a cerca da convivência entre as duas espécies.
Pensando nisso, separamos uma lista com cinco desses “achismos” pelos quais acredita-se que cães e gatos não podem ser amigos. Além disso, especialista ainda responde se eles são verdadeiros ou apenas preconceitos. Atenção: esta é uma lista irônica.
1. O cão pode machucar o gato!
Os grandes peludos não devem conviver com os gatinhos pois podem acabar machucando eles com sua agressividade e estupidez. Se você pensa em ter um gato em casa e já tem um cão, isso precisa estar fora de cogitação!
2. O gato não ligará para o cão, quando o mesmo quiser atenção, prejudicando seu bem-estar.
Gatos são independentes, frios e não ligam para mais nada além de si mesmos. Cães gostam de atenção e irão cobrar isso dos gatos, que ignorarão eles, podendo causar danos à saúde do pet.
3. A casa exige espaços separados para os dois, portanto tem que ser grande!
Se você tem casa pequena e quer ter os dois animais, saiba que terá problemas. Isso porque os animais precisam estar bem longe um do outro para não brigarem. É perda de tempo pensar nisso.
4. Você simplesmente não terá sossego!
Eles te darão muito trabalho, com brigas, necessidades o tempo todo. Por serem de espécies diferentes, podem ter cuidados muito distintos um do outro, portanto você terá muita dor de cabeça.
5. Biologicamente feitos para darem errado um com o outro!
Não dá, o fato é que eles tem jeitos muito diferentes. Um é mais expansivo, alegre, gosta de ter contato. O outro é mais introspectivo, na dele e bem de poucos amigos. Os opostos não se atraem!
Ficou confuso? Isso porque esses são apenas alguns dos vários preconceitos que ainda cercam a amizade e convivência entre cães e gatos.
De acordo com Jade Petronilho, Coordenadora de Conteúdo Veterinário da Petlove, é possível sim, cães e gatos serem amigos. Porém, para isso acontecer e necessário que haja uma socialização desde que os animais são pequenos, de modo que se acostumem bem com outras espécies ainda jovens.
“Quanto mais cedo eles forem apresentados para outros pets dóceis e passarem por experiências positivas com eles, mais fácil terem uma boa convivência a vida toda”, afirma. Para colocar isso em prática, ela dá algumas dicas. Quando filhotes, você pode apresentar a outra espécie e ir direcionando cada um dos pets sobre como se comportar de forma adequada.
Os gatos, a princípio, podem ficar mais receosos com o jeito mais invasivo dos cães, que gostam de pular, lamber e brincar de correr. É bem importante que a apresentação seja feita aos poucos e que seja confortável para os dois lados. É comum que o gatinho fique mais retraído ou queira impor limites com patadas, em alguns casos.
“Costumo sugerir que a apresentação seja feita em um momento em que ambos estejam mais tranquilos (depois do cachorro ter brincado ao longo do dia, por exemplo). Fazer carinho nos pets e falar em tom gentil ajuda bastante no processo”, aconselha.
Gatos ainda possuem o chamado de “período sensível” até mais ou menos os três meses de idade. Nessa etapa da vida, eles estão mais abertos às novas experiências e grande parte do que passarem e aprenderem nesta idade eles levarão para o resto da vida. Se tiverem uma boa experiência com cães quando bem jovens, costumam se dar bem com eles (especialmente com os da casa em que vivem) para sempre.
O “período sensível” dos cães é um pouco mais longo, indo até mais ou menos os seis meses de idade. Se forem devidamente apresentados para gatos nesta época, possivelmente ficarão bem com eles também. “Vale lembrar que, assim como acontece com membros da mesma espécie, não é porque um gato se dá super bem com os cães da família que sempre será receptivo com todos os cães e o mesmo vale para cachorros”, diz a especialista.
Podem fazer a aproximação já adultos?
Se um dos animais já é adulto, também é possível fazer essa aproximação. Ela precisa ser mais gradativa e sempre monitorada por duas pessoas. Eles podem iniciar um contato indireto, por meio de portas da casa, por exemplo, com cada um de um lado. Os pais dos pets podem alimentá-los perto da porta, permitir que se cheirem por ela por algumas semanas e sempre estando de olho em possíveis sinais de desconforto ou agressividade por parte de um deles.
Posteriormente, o indicado é que sejam feitos testes com alguém no meio da porta entreaberta para ver como eles se comportam. Premiar os pets quando se mostram amistosos e calmos é fundamental. Na dúvida, a melhor alternativa é pedir o auxílio de um comportamentalista.
Jade ainda dá outras dicas para isso acontecer. No início, pode-se incentivar que eles brinquem e interajam pela fresta da porta, por exemplo, colocando fitas grossas, bolinhas ou outros objetos de modo que pela parte de baixo, ainda sem contato, eles já tenham essa brincadeira prévia. Oferecer petiscos quando eles se comportam bem na presença dos outros é bem importante para que associem a situação com algo positivo, assim como fazer carinho, por exemplo.
Alguns pais erram ao proteger demais um ou outro quando não sabem entender os sinais que cada um dá, então é preciso ficar bem atento às posturas de cada um e se um ou ambos estão incomodados. Como as brincadeiras de gatos e cães costumam ser um pouco diferentes, não devemos permitir, por exemplo, que o cão pule ou corra atrás do gato quando ele está “caçando” um brinquedo, pois isso pode comprometer o bem-estar do felino e o deixar receoso.
Quando eles realmente devem ficar longe?
Nem sempre os pets vão ser tolerantes com outras espécies. Isso vai depender principalmente das experiências que tiveram ou não quando jovens. Se um cachorro não foi acostumado com gatos e tende a ser mais agressivo com outros animais, pode ser que eles nunca consigam viver em harmonia e pensar na integridade de ambos é fundamental.
O mesmo vale para gatinhos que foram resgatados ou que são mais ariscos, por exemplo. O estresse em gatos é algo complicado e tentar forçá-los a determinadas situações pode até mesmo comprometer a saúde do pet. O importante é conhecer seu animal e, mais do que isso, reconhecer sua capacidade ou não de socialização.