Equoterapia: terapia com cavalos pode ser grande aliada em tempos pós pandemia
O ato de andar a cavalo transmite a sensação de liberdade e lealdade entre o cavaleiro e o animal. Contudo, esses grandes animais também são grandes aliados em tratamentos que trazem grandes benefícios terapêuticos. A equoterapia é uma técnica que estimula as funções motoras e o equilíbrio de quem cavalga, sendo muito utilizado em pacientes neurodivergências ou distúrbios neuro e psicológicos.
Quais tratamentos são feitos com os cavalos?
Exemplos mais conhecidos são as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Trauma Raquimedular (TRM), sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE), paralisia cerebral, esclerose múltipla, ataxia cerebelar, além de depressão, ansiedade e a Síndrome do Burnout.
“Ao se movimentar, o cavalo executa o que chamamos de movimento tridimensional, ou seja, ele se movimenta para frente e para trás, para cima e para baixo, para um lado e para o outro”, conta Veridiana Mellilo, gestora do Centro de Referência de Equoterapia de Jaguariúna (CEJ).
Veridiana explica que essa movimentação produz uma espécie de “réplica à marcha humana”. Estudos comprovam que esse movimento se assemelha em 95% ao andar de um ser humano e, por meio de memória neuromuscular, envia uma série de informações ao cérebro do paciente.
“Além disso, o cavalo é uma importante ferramenta para as questões sensoriais, pois ele proporciona sensações, cheiros, possui textura e temperatura, além de questões emocionais como autopercepção, respeito, derrotas e vitórias, trabalhando a aceitação e a humildade”, ressalta.
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Um grande aliado aos tempos de isolamento
Os tempos de isolamento social, devido à pandemia da Covid-19, trouxeram para muitas pessoas fortes crises de ansiedade e até mesmo depressão, aumentando também a procura pela terapia com cavalos .
Veridiana conta que a equoterapia é uma prática recomendada para indivíduos que possuam, além de algum tipo de distúrbio de disfunção motora, disfunções psíquicas e emocionais. Isso se torna uma preciosa e ainda pouco conhecida ferramenta para tratar as consequências causadas pelo isolamento e a impossibilidade de práticas físicas externas que prejudicam a saúde mental de muitas pessoas.
“Alguns ainda enxergam a equoterapia como uma ferramenta exclusivamente para síndrome de down, autismo e paralisia cerebral, mas ela oferece resultados muito significativos para outros casos como, por exemplo, distúrbios psicológicos como depressão, síndrome do pânico, burnout e ansiedade”, conta Veridiana.
Quem pode fazer e por quanto tempo
Veridiana afirma que a idade mínima para a prática da equoterapia é de dois anos. Contudo, há ressalvas, como em quadros de problemas de quadril, coluna e obesidade mórbida.
Assim como em outras terapias, não há um tempo pré-definido para a prática da terapia com cavalos, principalmente por disponibilizar de uma equipe multidisciplinar, permitindo a transição de especialidades para atender as eventuais demandas existentes.