Novembro Azul: câncer de próstata também pode atingir os pets; saiba como evitar
Todo mês de novembro, a campanha “Novembro Azul” visa conscientizar os homens para a importância de realizar os exames que detectam o câncer de próstata, mas pouca gente sabe que cães e gatos também podem ser vítimas desse mal. Esse tipo de doença é visto com menor frequência nos pets, mas um diagnóstico precoce é imprecíndivel para tratar a doença nos pets.
Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o câncer de próstata incide com mais frequência os cães do que em gatos, além de ser mais comum em animais a partir de seis ou sete anos de idade. Clarisse Teixeira, especialista em Oncologia do Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas, afirma que estudos sugerem que machos não castrados são mais predispostos ao desenvolvimento desse tipo de neoplasia.
“Pesquisas indicam que a ocorrência de câncer de próstata em machos castrados é reduzida, enquanto não castrados, e inclusive cães com comportamento biológico agressivo, a incidência é maior, podendo apresentar metástases em linfonodos que se situam na região da próstata, pulmões e ossos”, pontua.
Ela ainda argumenta que algumas afecções podem levar ao desenvolvimento de neoplasias prostáticas, como por exemplo, hiperplasia prostática benigna, prostatites e cistos. Para a hiperplasia prostática benigna, a prevenção e o tratamento consistem na castração.
Já a médica veterinária Daniela Formaggio destaca que o diagnóstico precoce amplia consideravelmente as chances de cura. “Visitas periódicas ao médico veterinário, com a realização de exames de imagem e de sangue de forma preventiva, podem fazer toda diferença para a descoberta do tumor ainda no início, o que facilita o tratamento e aumenta as chances de restabelecimento”, explica.
Clarisse completa que, mesmo castrados, cães e gatos podem desenvolver câncer de próstata. Dessa forma, idas frequentes ao veterinário são essenciais, principalmente em animais acima de cinco anos de idade.
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De olho nos sinais
Alguns sintomas indicam que a próstata do animal pode estar comprometida e o tutor pode ficar de olho para identificar o que está acontecendo. Dificuldade para urinar ou defecar, por exemplo, podem ser um dos sintomas da doença, além de perda do apetite, urina com sangue e fezes em formato irregular.
Daniela frisa que, em estágios mais avançados da doença, pode-se notar dificuldade de locomoção, devido à presença de metástase. Isso acontece porque há uma compressão da medula espinal e em ossos como fêmur e tíbia. Além disso, em casos de metástase pulmonar, os pets podem apresentar intolerância ao exercício e dificuldade respiratória.
Tratamentos
As especialistas explicam que o tratamento para o câncer de próstata consiste em cirúrgia na próstata, radioterapia transcirúrgica e quimioterapia, todos conduzidos por médicos veterinários.
Clarisse destaca que a imunoterapia tem sido empregada como terapia a neoplasias de próstata em humanos e utilizada no tratamento de adenocarcinoma prostático em cães.
“Infelizmente, o prognóstico ruim desta afecção pode ser atribuído, em parte, ao diagnóstico tardio. Geralmente já há ocorrência de metástases quando o animal é levado ao consultório. Por isso, grande parte do tratamento utiliza drogas visando manter o máximo de tempo possível a qualidade de vida do animal”, enfatiza a veterinária.