O glaucoma é uma doença oftalmológica com sinais difíceis de se perceber e que pode afetar animais no geral, sendo mais comum em cachorros.
A médica veterinária Mariza Bortolini explica que a doença não é contagiosa e tem como principal causa o aumento da pressão intraocular, que normalmente é ocasionada por alterações no humor aquoso , um fluído transparente produzido pelos corpos ciliares que preenche a câmara anterior e posterior dos olhos, responsável por realizar uma hidratação protetora, evitando o ressecamento que pode causar irritações e até feridas.
Esse fluido é expelido da cavidade intraocular com a ajuda da pupila e absorvido pela malha de canais que compõe o sistema de drenagem ocular, chegando assim à corrente sanguínea. Algumas vezes, os dutos de drenagem ficam obstruídos e atrapalham o fluxo do humor aquoso gerando um excesso dentro do olho, o que causa um aumento progressivo da pressão intraocular.
Segundo a especialista, outros fatores também podem ocasionar o glaucoma, como lesões oculares (causadas por coceiras ou traumas) ou infecções presentes que também irão resultar no aumento da pressão. O glaucoma surge quando esses processos afetam a visão do animal.
Quais são os sinais da doença
O glaucoma costuma ser assintomático, não apresentando sintomas evidentes, o que o torna uma doença muito perigosa. Por isso é necessário ficar atento às mudanças de comportamento do pet para que se possa identificar o problema o mais cedo possível.
Mariza destaca alguns dos sinais para que os tutores fiquem atentos para identificar quaisquer sintomas da doença nos pets. “Os sintomas presentes nos nossos pets são aumento de volume do olho, vermelhidão, córnea azulada, lacrimejamento excessivo e, consequentemente, mudança comportamental por quadro de dor local”.
Muitos tutores só percebem a doença quando o animal já perdeu parte da visão e está caminhando com dificuldade, esbarrando em objetos da casa. Nesse ponto, o olho já está aparentando um borrão levemente azulado. É muito importante evitar chegar nesse estágio, pois a visão já está comprometida.
A veterinária ressalta que todos os animais podem apresentar glaucoma, porém há uma maior incidência da doença em cachorros e que algumas raças são predispostas a sofrer com a doenças, são elas: Chihuahua , Beagle , Cocker Spaniel , Poodle e Pug . No caso dos gatos, as raças mais afetadas são as Persa e Siamês .
Em casos como os citados, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar os quadros de perda total da visão
Qual é o tratamento
Em estágios iniciais o glaucoma pode ser controlado com o uso de medicações e colírios específicos para a manutenção dessa alteração patológica. Mariza alerta que “em casos muito drásticos, devem ser estabelecidos protocolos cirúrgicos que podem chegar até à remoção do globo ocular”.
A veterinária recomenda que o animal de estimação passe por check-ups para verificação do estado clínico geral, incluindo os olhos. Além da experiência do médico veterinário para observar o fundo dos olhos e verificar as consequências do glaucoma, o exame chamado tonometria mede a Pressão Intraocular (PIO).
“Exames podem analisar o estágio do glaucoma e controlar a evolução [da doença], que pode levar à cegueira do animal”, completa.
O que se pode fazer em casa
É fundamental entender que os remédios caseiros não podem curar o glaucoma, eles apenas ajudam na fase de recuperação, atuando como grandes aliados do tratamento tradicional. Além disso, só deve ser usado com recomendação do médico veterinário. Dependendo da condição do animal, não é recomendado oferecer certos tipos de alimentos.
- Vitamina A: melhora a pigmentação da retina, é encontrada na cenoura e em cápsulas de suplemento vitamínico.
- Espinafres: fortalecem o tecido ocular e aliviam os sintomas do glaucoma graças aos corticoides. Antes de oferecê-los ao pet, ferva em água e dê em pequenas quantidades juntos às refeições diárias.
- Erva-doce: se aplicado em forma de colírio, reduz a pressão do olho inflamado. Para preparar a mistura, faça uma infusão ou esprema o suco e limpe o olho do animal suavemente.
- Mirtilos: reforça os vasos sanguíneos do olho e regulam a pressão intraocular. Ofereça pequenas quantidades junto às refeições.
Caso o tutor suspeite que o animal de estimação está com glaucoma, deve levá-lo ao médico veterinário o mais rápido possível. O quanto antes o problema for diagnosticado, melhor será o tratamento.
Se o pet já sofre com o problema, cabe ao tutor oferecer todos os tipos de cuidados dentro de casa. Evitar mudar os móveis de lugar sem necessidade e não utilizar coleira de pescoço (pois o uso pode aumentar a pressão intraocular), apenas coleiras do tipo peitoral.
Seguindo todas as recomendações do veterinário com os medicamentos – se possível, com os remédios caseiros para auxiliar – o animal tende a ter uma boa recuperação e evitará sofrimentos maiores.
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Fonte: IG PET
