Anorexia felina: quais são os sinais e como tratar o problema
Tutores de gato devem sempre estar atentos ao comportamento dos pets, os felinos são animais discretos e podem demorar a apresentar qualquer sinal de que algo não anda muito bem com a saúde deles . Caso note que o bichano esteja mais magro ou anda mais desanimado, pelos cantos e interagindo menos, isso podem ser sinais de que o gatinho está com anorexia felina.
A médica veterinária Nathalia Fleming explica que, entre os sinais mais comuns da anorexia estão a falta de apetite, vômitos e icterícia – quando a pele fica amarelada, algo que pode acontecer até mesmo a humanos. As causas para o problema são variadas e podem estar associadas a uma seletividade aos alimentos, distúrbios metabólicos, urinários, endócrinos e gastroentéricos. “Por isso, é sempre importante que o tutor busque orientação profissional ao primeiro sinal de mudança no apetite do pet”, indica a veterinária.
A anorexia felina pode ser dividida em duas partes, sendo primária e secundária. A primária consiste diretamente na falta de apetite e está relacionada a problemas relacionados ao comportamento e ambientais: como mudanças de ambiente, uma alimentação inadequada , medo, estresse ou ansiedade (ou seja, mudanças repentinas na vida do pet).
A secundária é relacionada à anemia, caracterizada por ser um sintoma de alguma enfermidade: infecções que causam febre e desidratação, pielonefrite e pancreatite, são alguns exemplos. Além disso, patologias no trato respiratório que podem afetar a respiração e o olfato do felino também podem estimular o surgimento da anorexia.
“É importante ressaltar que a anorexia não é uma doença, mas, sim a manifestação clínica de uma enfermidade, sendo um processo secundário a uma doença subjacente em até 95% dos casos”, ressalta Nathalia.
O gatilho para a anorexia
A veterinária aponta que mudanças na rotina do felino que geram estresse, como viagens, uma mudança brusca de ambiente, visitas ou até mesmo a introdução de outro animal podem servir de gatilho para o surgimento da anorexia.
“Porém, na maior parte dos casos, a anorexia é o sintoma de alguma patologia, entre as mais comuns podemos citar como exemplos, problemas orais, doença intestinal inflamatória, linfoma alimenta, lipidiose hepática , doença renal crônica , doenças respiratórias e viroses . Qualquer situação que gere dor e desconforto no felino também pode estimular o problema”, explica.
A identificação das causas da anorexia deve ser feita por um médico veterinário. O profissional conseguirá avaliar o quadro geral do felino, levando em consideração qualquer mudança ambiental e realizando exames para averiguar o estado de saúde do animal.
Você viu?
Jejum prolongado pode acarretar a lipidiose hepática
A lipidiose se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado que pode ser desencadeado pelo jejum prolongado. As células de gordura presentes comprometem o desempenho do órgão e afetam a saúde do pet. Gatos com essa patologia apresentam vômitos e mucosas amareladas (icterícia). Quando não é tratada adequadamente, a patologia pode levar o animal à morte.
Atenção nunca é demais
Como dito anteriormente, gatos tendem a ser animais mais discretos, por isso, o tutor pode demorar para perceber que o pet não está se alimentando corretamente, especialmente se ele começa a diminuir gradativamente o nível de apetite. “O indicado é que o tutor busque ajuda profissional ao primeiro sinal de diminuição na ingestão de alimentos”, alerta a veterinária.
Exames e casos extremos
Nathália explica que o primeiro passo é a avaliação clínica do pet, em que o veterinário irá analisar o histórico do animal e do ambiente onde ele vive. “Além disso, exames laboratoriais complementares como hemograma completo, urinálise, perfil renal e hepático podem ser solicitados para avaliar o estado geral do animal frente à perda de apetite e, consequentemente identificar a causa da anorexia”.
De acordo com a veterinária, o suporte nutricional por meio do uso de sonda poderá ser indicado de acordo com as necessidades e quadro geral do animal. “Pode ser necessário o uso de sonda nasal, esofágica ou gástrica para alimentação do pet. A indicação não está diretamente relacionada ao tempo que o animal está sem se alimentar, mas sim com seu quadro geral de saúde”, explica.
A primeira tentativa sempre será a alimentação voluntária, oferecendo um alimento com elevada densidade energética. “Os alimentos pastosos e de alta digestibilidade são os mais indicados”, ressalta. Em todo caso, é indispensável que o tutor busque ajuda profissional o mais rápido possível.