Anticoncepcionais trazem riscos para fêmeas e devem ser evitados
Existem medicamentos que servem para evitar o cio e, consequentemente, a gravidez indesejada de gatas e cadelas e eles funcionam como o usado por seres humanos, gerando alterações hormonais. Esses métodos contraceptivos são facilmente encontrados, mas questões importantes devem ser consideradas antes de oferece-los aos animais de estimação.
Esses “anticoncepcionais” são encontrados em opções de uso oral – comprimidos – e injetável, sendo compostos hormonais que agem inibindo o cio do animal, em grande maioria usam progestágenos em sua composição.
Esses medicamentos, no entanto, trazem diversos riscos à saúde dos animais. Ao Canal do Pet, a médica veterinária Mayra Susenko explica que “a administração dos hormônios como forma de prevenir prenhez das fêmeas inibe a imunidade uterina natural, o que facilita o desenvolvimento de doenças como a piometra”.
De acordo com Mayra, a grande maioria dos tumores mamários (“benignos” e “malignos”) em cadelas e gatas são estimulados pelos hormônios sexuais. “Além disso, se usado na gestação pode ocasionar a morte do feto e complicações para a gata ou cadela. Alguns estudos ainda apontam o desenvolvimento de diabetes e problemas nas glândulas adrenais (hipoadrenocorticismo)”.
Métodos semelhantes para machos
Existem compostos hormonais semelhantes que provocam a perda de qualidade dos espermatozoides, até que os testículos dos animais deixem de produzi-los. Porém, como ressalta a veterinária, pesquisas sobre o tema ainda são restritas e não há conhecimento suficiente sobre os efeitos colaterais que se pode causar a longo prazo, ou sobre o bem-estar de animais tratados dessa forma.
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Já que existe, mas é recomendado em alguma situação?
Segundo Mayra, não há nenhuma situação comum na qual esse tipo de abordagem contraceptiva possa ser benéfico para a saúde do animal. “A castração é a melhor maneira de evitar prenhez indesejada das cadelas e gatas, além de ajudar a prevenir várias doenças relacionadas a estímulos hormonais, como piometra e cânceres em pets”, diz.
Mesmo que o uso desses métodos “anticoncepcionais possam parecer uma boa ideia a uma primeira vista, especialmente em casos de tutores que não tenham condições de bancar uma cirurgia de castração, as consequências não valem a pena.
“Além de prejudicarem diretamente a saúde do animal, trazem muitos malefícios a longo prazo – a economia de recursos financeiros não compensa pelos gastos veterinários (com procedimentos de urgência e medicações) que podem demandar depois”, alerta.
A veterinária ressalta ainda que, para estes casos, existem programas sociais muitas vezes coordenados pelo Controle de Zoonoses das cidades e por instituições de ensino de medicina veterinária que realizam a castração dos animais de maneira gratuita ou a preço de custo, é importante que os tutores busquem informações sobre essas iniciativas antes de arriscarem a saúde dos pets.