Cachorro fica ao lado do corpo de cão atropelado por mais de 24 horas
A imagem de um cão que permaneceu durante 24 horas ao lado do corpo de outro cachorro em Xanxerê, em Santa Catarina, comoveu as redes sociais. O caso aconteceu na terça-feira da semana passada (1º de março). Internautas ficaram impressionados com o comportamento do animal depois de ver seu “amigo” ser atropelado na segunda-feira. Como resgate demorou a chegar, o cão-herói ficou no local até o dia seguinte. De acordo com relatos feitos a Edilene Balen, do Grupo Bem-Estar Animal, o bravo “socorrista” tentou inclusive tirar o corpo da pista durante a chuva que caiu na noite do atropelamento. Sem conseguir, ficou ali até o fim do resgate.
– Fui procurada por algumas pessoas da região, choveu muito, corria muita água. A cena mostra a lealdade dos bichos, eles têm sentimentos – conta a protetora de animais.
Protetora há mais de dez anos, ela ressalta a importância de não abandonar os bichos em situação de rua:
– Isso destruiu minha alma, então resolvi publicar as imagens para tentar conscientizar as pessoas a não maltratarem os animais.
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Segundo Edilene, o animal que morreu tinha tutor, que recolheu o corpo na terça-feira à tarde. Depois de tanta bravura, o cão, que prestou socorro, conseguiu um lar na noite de quinta-feira. Após se comover com a atitude dele, uma ativista da causa animal, que mora a 200km do local do acidente, deve adotá-lo.
Uma outra pergunta que ficou no ar com a cena foi se é obrigatório prestar socorro a animais feridos ou mortos em estradas. Em alguns estados do Brasil, é obrigatório prestar socorro a animais atropelados. Entre eles, estão São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. A lei federal 13.426/17 dispõe sobre a política de controle de natalidade de cães e gatos em todo o território nacional, cujo objetivo é deixar que tantos animais circulem sem proteção pelas ruas. De acordo com a ONG de Xanxerê, o município não conta com um programa de castração, por exemplo.
– Muitos casos como esse poderiam ser evitados, o abandono é diário e não há lares para todos os animais. O poder público precisa cumprir o seu papel – ressalta Edilene.