Filhotes abandonados precisam de cuidado extra e plantão na madrugada
Infelizmente é muito comum o abandono de animais recém-nascidos e, para quem encontra, é normal se sentir com a obrigação moral de acolher e cuidar dos filhotes – mesmo que não seja como adoção, para fornecer um lar temporário para que os filhotes possam sobreviver e ter a chance de encontrar um lar definitivo.
Porém, encontrar um ou mais filhotes abandonados pode ser algo assustador, já que é preciso cuidar desses pequenos animais da maneira correta, para que se alimentem, fiquem aquecidos, e até para fazerem as suas necessidades. Tudo ali precisa de atenção, que é o que uma mãe cadela ou gata faria naturalmente.
O primeiro passo ao encontrar os filhotes abandonados é retirá-los da rua. O ideal é pegar uma caixa onde possam ficar juntos – em caso de uma ninhada – e seguros, dependendo do tamanho e da quantidade de filhotes pode ser usada uma caixa de sapatos forrada com tecidos macios, é importante que estejam limpos e sem cheiro de produtos, como amaciante.
Em casa, é preciso escolher um local aquecido e tranquilo, sem barulhos que possam assustar os filhotes. A iluminação do lugar também é importante, pois os filhotes com poucos dias de vida ainda têm olhos muito sensíveis, não devem ficar expostos à luz direta. Além do “ninho” feito para os filhotes com tecidos macios (podem ser roupas que já estão fora de uso), é importante forrar bem o chão no local onde eles ficarão, para que não tenha uma queda brusca de temperatura, caso se movimentem.
Uma boa dica para mantê-los bem aquecidos é fazer o uso de uma bolsa de água quente, mas sem contato direto com os filhotes, para não ter risco de queimaduras. Deve ser evitado também locais com fortes correntes de ar.
Higienização dos filhotes
Algo que as fêmeas fazem naturalmente é lamber seus filhotes para retirar quaisquer resíduos de sujeira, sem esse artifício, o que se pode fazer é pegar um pano umedecido com água morna (de preferência filtrada) e passar pelo corpo do filhote, de forma leve e cuidadosa. Não é recomendado dar banho em animais recém-nascidos.
Existem também lenços umedecidos próprios para animais, encontrados facilmente em petshops.
A alimentação
A alimentação é extremamente importante para a saúde do pet, mas é preciso oferecer o alimento adequado, nada de dar leite de vaca para um filhote de cachorro ou de gato em seus primeiros dias de vida.
Existem produtos próprios para alimento de cães e gatos recém-nascidos, que são pensados exatamente para casos em que as fêmeas não podem amamentar por qualquer que seja o motivo. Outra alternativa é, caso seja possível, encontrar uma fêmea que esteja amamentando e tentar uma aproximação com os órfãos.
É importante lembrar que, antes de oferecer qualquer produto, mesmo que próprios para filhotes, que se peça a orientação de um médico veterinário. Nessa fase, o menor descuido pode custar a vida do filhote.
Posição e frequência certa para amamentar
Caso a amamentação seja feita artificialmente, é preciso oferecer ao filhote de forma segura. Uma mamadeira própria para filhotes ou mesmo com uma seringa, elas vêm com as medidas adequadas, de acordo com o peso do animal.
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É importante esterilizar o produto com água fervendo antes de dar o leite ao filhote. Uma vez com a mamadeira cheia, é preciso saber a posição certa para segurar o filhote: sempre deitados com a barriga para baixo e a cabeça levemente levantada, como ficariam caso estivessem mamando com a mãe. Segurar o filhote recém-nascido como se segura um bebê pode ser perigoso.
É importante que se tenha mais de uma pessoa disponível para cuidar dos pequenos, já que eles precisam se alimentar com uma certa frequência: nos primeiros dias de vida, ou em caso de situação crítica, serão de duas em duas horas e, com o passar dos dias pode ir aumentando o intervalo, de três em três horas e depois de quatro em quatro horas (levantar algumas vezes durante a madrugada será inevitável).
Do leite para alimentos sólidos
O desmame começa já pela quarta semana, mas deve ser feito de maneira gradual, alternando entre o novo alimento e as mamadeiras, até que o filhote complete sete ou oito semanas. Primeiro pode ser oferecido um alimento pastoso, feito especialmente para filhotes – é facilmente encontrado em pet shops -, essa papinha tem todos os nutrientes necessários e uma textura ideal para que o animal possa comer sozinho, mas jamais se deve deixa-lo sem supervisão.
Ao notar que os filhotes já estão se alimentando bem com a papinha, pode-se começar a oferecer um pouco de ração para filhotes, para que eles comecem a se acostumar. O ideal é alternar com a ração úmida e com a mamadeira por alguns dias, aos poucos a mamadeira pode ser retirada definitivamente. Assim é possível deixar um pouco de ração disponível para que comam quando quiserem.
Lembrando que nessa fase eles já estarão com os olhos bem abertos e andando livremente pelo ambiente, é preciso muito cuidado com móveis que eles possam entrar embaixo ou com escadas, para evitar acidentes.
Cuidado com as necessidades
Algo importante a se saber ao cuidar de um filhote recém-nascido é que eles precisam de estímulos para fazer as necessidades fisiológicas, é algo que as fêmeas fazem naturalmente aos seus filhotes.
Cadelas e gatas lambem as partes dos filhotes, para estimular a evacuação da urina e das fezes. Com um algodão embebido em água morta, deve-se passar levemente na região do pênis ou da vulva e do ânus dos filhotes. Com o algodão, deve ser feito um movimento que vai da barriga até a cauda, sempre com muita delicadeza, até que o animal consiga fazer. Depois pode ser jogado fora o algodão, jamais utilizar o mesmo em mais de um filhote.
Caso haja dificuldade do filhote em evacuar, é importante leva-lo até um médico veterinário, pode ser caso de prisão de ventre.
Cuidados com a saúde
Uma vez que os filhotes estejam mais independentes, deve-se iniciar um acompanhamento com um médico veterinário. Essa é a hora de tirar todas as dúvidas com o profissional, assim como começar os protocolos de vacina e vermífugos.
Para os gatos, por exemplo, é fundamental se certificar de que não tenham FIV ou FeLV. Uma vez que os filhotes estejam com a saúde em dia, eles já poderão ficar disponíveis para adoção.
Vale ressaltar a importância da castração para cães e gatos, machos e fêmeas, para evitar o abandono de filhotes, além de ajudar a prevenir diversas doenças.