Ração mais cara preocupa ONGs e reforça urgência de adoções de pets
Os desafios enfrentados pelas ONGs e abrigos de proteção animal são vários, como a superlotação e a dificuldade em encontrar novos lares para os animais resgatados, nos últimos anos, no entanto, a situação se agravou ainda mais, graças ao aumento no preço da ração.
Houve uma alta de 22,9% na categoria “alimento para pets”, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE. Com isso, aumenta ainda mais a dificuldade de fechar as contas ao final do mês e a urgência por novas adoções de cães e gatos por famílias que possam arcar com as despesas, além de garantir o bem-estar dos animais de estimação.
Para ajudar no trabalho de pessoas que se dedicam à causa animal, foi desenvolvido um aplicativo que visa atuar como uma ponte entre os abrigos e possíveis interessados em adotar um pet, facilitando o “match” entre os pretendentes a tutores e animais em busca de um lar.
Apelidado como “Tinder para pets”, o aplicativo chamado PetPonto está disponível para todo o Brasil, com mais de 500 ONGs, protetores independentes e lares temporários cadastrados, que compartilham cerca de 3 mil cães e gatos.
Ao se cadastrar na plataforma, o usuário tem acesso à lista de animais disponíveis, com fotos e informações completas de idade, tamanho e personalidade. As perguntas no cadastro do interessado – como é a constituição do núcleo familiar, qual o tempo disponível para dar atenção ao pet, qual a infraestrutura que a pessoa pode oferecer – ajudam as ONGs a mapearem as condições mínimas para a adoção.
“Estamos com uma superlotação nos abrigos e muitos cães são abandonados e adoecem nas ruas. Quando resgatamos, precisamos que eles passem por uma clínica veterinária para se recuperar, avaliar se tem alguma doença contagiosa que impeça o contato com outros cães, castrá-los e só então achar um abrigo. Não é uma operação simples. Trabalhar com a proteção animal exige um esforço enorme, que quem abandona não faz ideia”, comenta Fernanda Delboni, sócia do PetPonto e esposa de um dos mantenedores da ONG Adote um Focinho, que tem gasto R$ 50 mil ao mês.
Ao pensar em adotar, uma família deve levar em conta se tem condições financeiras de arcar com alimentação e cuidados. Conforme estimativa do Instituto Pet Brasil, o valor médio das despesas – alimentação de qualidade, banho e tosa, rotina de exercícios e treinamento, vacinas, visitas ao veterinário, medicamentos quando necessário – varia conforme o porte e, no caso dos cães, vai de R$ 274,37 (até 10kg) a R$ 425,24 (de 26 kg a 45 kg). Para os gatos adultos, o cálculo é de cerca de R$ 205,94 mensais.