Rio Open leva ‘cãodulas’ às quadras para chamar atenção sobre adoção
Matteo Berrettini, Casper Ruud, Diego Schwartzman e Cristian Garin são algumas das estrelas do Rio Open, mas Kadu, Flora, Lua, Felipo, Luna e Fred também vão dar o que falar. Eles formam o time de ‘cãodulas’ (cães gandulas) que dividirão a quadra com alguns dos melhores tenistas do mundo, nesta terça-feira, após a partida das 19h na quadra central. O torneio terá, pela primeira vez, uma ação com estes cachorros, apaixonados por bolinhas, e treinados para a brincadeira.
A ideia é que eles chamem a atenção do público para a questão da adoção. Segundo a Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da cidade do Rio de Janeiro, no momento, há 285 cães para adoção nas dependências das duas unidades do IVISA-RIO, o Centro de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman e o Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho. O número não leva em consideração canis/abrigos e ONGs.
“Os ‘cãodulas’ representam os milhares de cães que aguardam adoção no Brasil. Ao levá-los para as quadras, queremos evidenciar a importância da guarda responsável e que não importa a origem ou idade do pet, quando são amados e alimentados corretamente podem ser maravilhosos companheiros, brincar, aprender coisas novas e realizar grandes feitos”, afirma Madalena Spinazzola, diretora de Marketing Corporativo e Planejamento Estratégico da PremieRpet, que organiza iniciativas para adoção e também presta consultoria técnica e veterinária a ONGs.
Desta vez, a empresa, que já realizou eventos do tipo em São Paulo, trabalhará em parceria com a ONG Patinhas Anônimas, do Rio de Janeiro.
A bióloga Sylvia Ceppas assumiu a ONG há cerca de quatro anos e a mantém com ajuda de voluntários e doações. Atualmente cuida de 71 cães. Ela escolheu os seis cães gandulas por causa da desenvoltura. Segundo ela, os pets são dóceis.
Sylvia contou que eles foram resgatados após abandono, cuidados e vacinados. Lua e Luna são irmãs. Assim como Flora, Felipo e Fred. O trio foi encontrado por uma voluntária dentro de uma caixa de madeira fechada. E Kadu chegou a ser adotado mas seu tutor faleceu e pouco tempo depois e a família não quis mais ficar com ele.
Leia Também
Os interessados na adoção serão entrevistados pela ONG e poderão ter acesso a todo o histórico dos cães. Segundo Sylvia, a adoção precisa ser responsável.
“É necessário que seja consciente. Porque é muito ruim para os pets quando são adotados e devolvidos”, pondera Sylvia. “É preciso levar em conta que os cães podem viver mais de 12 anos. É preciso ter paciência na adaptação do pet e entender que ele será um membro da família. Há custos extras e também, amor extra”.
Sylvia contou que recentemente uma cachorrinha foi devolvida porque “soltava muito pelo” e declinou do pedido de adoção de um senhor porque ele queria “um cão para guardar o sítio que ele não frequentava”.
“O importante é que o pet seja recebido em um lar com carinho. A família tem de estar de acordo e não se deve adotar por impulso”, ensina a biológa, que lamentou o fato de a pandemia ter feito aumentar o número de capés abandonados: “Não paramos de receber pedidos de resgate. Nosso espaço é limitado e fazemos tudo o que está a nosso alcance. Tenho amigas voluntárias, aceitamos doações mas o que me deixa mais feliz é quando vejo um dos cachorros em sua nova casa. Adote sem preconceito em relação a raça”.
Conheça os ‘Cãodulas’ do Rio Open: